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CEI escolhe a saúde para segundo ciclo de conferências

Apesar do Direito poder continuar, Centro de Estudos Ibéricos quer ajudar a Guarda a afirmar-se como cidade da saúde

Terminou sábado o primeiro ciclo de conferências promovido pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), em colaboração com o Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados e o Colegio de Abogados de Salamanca, sobre “O Direito e a Cooperação Ibérica”. O “Direito dos Contratos” encerrou este «bom caminho» iniciado em Março e do qual Virgílio Bento, coordenador executivo do CEI, faz um balanço «extremamente» positivo, não apenas pela participação maciça das pessoas, mas também pela qualidade dos conferencistas.

Ligados às universidades de Coimbra e de Salamanca – as duas entidades que formaram com a Câmara Municipal da Guarda esta associação transfronteiriça – os conferencistas abordaram temas de interesse para os profissionais do direito e população em geral dos dois lados da fronteira. «Tivemos ilustres advogados com comunicações de uma qualidade extrema bastante apreciadas por todas as pessoas», constata Bento, acrescentando outra razão para o balanço positivo: o facto do CEI, ao ser uma instituição de realização de conferências, querer tornar-se numa «plataforma de entendimento e cooperação» entre as diferentes instituições dos dois lados da fronteira. Uma tarefa que o CEI já conseguiu permitido o entendimento entre dois estabelecimentos de ensino e duas instituições de advogados, além da importância das conferências atendendo à sua duração e «carácter inovador», levando a Guarda a assumir uma posição central na relação entre Portugal e Espanha. Assim o entendeu Eduardo Lourenço, professor, ensaísta e “pai” do CEI quando por ocasião das comemorações dos 800 anos da cidade lançou o repto à autarquia, afirmando que a interioridade da Guarda «é mais política que geográfica».

Tudo indica que a temática do direito venha dar o mote a mais um ciclo de conferências durante 2004, algo que ainda será analisado na próxima comissão executiva que decorre dia 4 de Dezembro. Outro dos projectos do CEI para o próximo ano é organizar um ciclo idêntico mas com outros temas «importantes para a Guarda», como a questão da saúde que será debatida entre o Centro de Estudos Ibéricos, as universidades coimbrã e salamantina e as estruturas locais ligadas à saúde. «Se queremos definir a Guarda como cidade da saúde temos que discutir este tema», comenta Virgílio Bento, garantindo que o CEI tornar-se-á o pólo dessa discussão. E até já existe uma proposta da Universidade de Salamanca, restando apenas da de Coimbra e das estruturas locais: ordens dos médicos e dos enfermeiros, Escola Superior de Enfermagem, Hospital e outras, de forma a definir os temas importantes a debater neste momento. «A Guarda foi definida estrategicamente como cidade de saúde e temos que o conseguir», prossegue o responsável. Outras pretensões do CEI para os próximos anos é apostar na investigação científica, já que além da realização de cursos e de colóquios, esta associação define-se como centro de investigação. Daí a comissão científica estar organizada por núcleos com quatro «grandes» linhas temáticas de investigação para avançar em 2004, quer através do apoio à investigação, quer da criação de um prémio – Prémio Eduardo Lourenço – quer ainda através de bolsas de investigação. O objectivo é que o CEI seja um centro de investigação da cultura ibérica ou dos problemas referentes a esta região transfronteiriça, além de querer afirmar-se como divulgador dessa formação através de um plano editorial que será accionado com a “Campo das Letras”, que editará uma colecção exclusivamente ligada ao CEI. Também as conferências deste primeiro ciclo vão ser editadas numa obra única conhecida em 2004.

Rita Lopes

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