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CDU denuncia atravessamento do Zêzere sem licenciamento

Autarca da Covilhã ironiza com a situação, alegando que apenas contribui para o «humor nacional»

Os eleitos da CDU na Assembleia Municipal da Covilhã estão preocupados com as possíveis «consequências» das estruturas de saneamento básicas que alegadamente atravessam o leito do Rio Zêzere desde Agosto passado sem «licenciamento e a fiscalização de técnicos ambientais».

O alerta foi dado na última semana junto à Ponte Pedrinha, onde Jorge Fael exigiu que as entidades responsáveis pelo ambiente e pela água façam «todos os estudos e avaliações necessárias» para averiguar as condições da estrutura e garantir que as mesmas «não comportam riscos» para a ponte nem para as pessoas. No fundo, Jorge Fael pretende ter a garantia de que os materiais utilizados nesses tubos não colocarão em causa o ecossistema do Rio Zêzere nem a segurança da Ponte Pedrinha. «Não sabemos o comportamento dessa estrutura para o leito do rio daqui a uns anos nem para as cheias» com a criação desta «barreira artificial» construída pela Câmara da Covilhã e pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento «à revelia daquilo que é o normal licenciamento», acusa. Infraestruturas que a Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território (DRAOT) de Castelo Branco diz, num ofício enviado a Jorge Fael, serem «ambientalmente vantajosas» e que podem «contribuir para a despoluição da zona», uma vez que se «destinam ao tratamento de efluentes urbanos provenientes de redes instaladas em ambas as margens». Daí que tenha apenas notificado os SMAS para proceder ao licenciamento daquela obra de Domínio Hídrico.

«Pensamos que isto é muito pouco para a situação que pode estar aqui a ser criada e para as consequências que no futuro poderá vir a ter», observa o comunista, para quem «não é aceitável» licenciar obras à posteriori quando o deveriam ter sido antes. «Também não me parece aceitável legitimar-se tamanha violação da lei» por uma entidade que sabia que a estavam a infringir, caso contrário «todos começaremos a fazer atravessamentos do leito do rio com tubos e o que nos parece mais útil para resolvermos os nossos problemas», aponta. Por isso, os comunistas queixaram-se também à DRAOT do Centro, ao Instituto Nacional da Água (INAG), à Inspecção-Geral do Ambiente e ao ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Amílcar Theias, estando a aguardar a resposta destas entidades. «Acho que esses tubos resultam da composição de um derivado do petróleo da Árabia Saudita que, quando analisado quimicamente, revela compósitos de natureza marxista-leninista cuja adição à água do Zêzere revela um conteúdo explosivo. Provavelmente deve ser essa a preocupação do Partido Comunista», ironizou Carlos Pinto quando confrontado sobre a situação. Para o autarca, este alerta é apenas «útil para o humor nacional», já que «é uma instituição que procura complicar a vida ao município, constituindo-se como mera estrutura denunciante e pouco mais».

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