O Presidente da República deixou na última terça-feira, em Trancoso, uma mensagem de esperança baseada numa profecia de Bandarra que diz que «Portugal, com a sua virtude e determinação, será capaz de vencer as dificuldades do país», lembrou Cavaco Silva. No entanto, «temos que saber utilizar os recursos que temos com ponderação», sublinhou, dizendo que se devem «evitar desperdícios» e «o que não faz sentido para o desenvolvimento».
«A mensagem de Trancoso [de Bandarra] é a que espalho pelo país», afirmou Cavaco Silva perante um auditório cheio, congratulando-se pela recuperação do Convento de S. Francisco – uma edifício que acolhe agora o Teatro Municipal. O chefe de Estado focou que «o investimento na cultura tem-se revelado rentável», por variados motivos, tendo exemplificado com aspectos como a criação de empregos ou a qualificação dos recursos humanos. Ao referir-se aos produtos locais e, concretamente ao fumeiro da região, Cavaco Silva considerou que as autarquias podem contribuir para a recuperação económica do país. E exemplificou, falando em «ajudar os produtores a chegar aos mercados». No caso do interior, «as Câmaras podem dar o seu contributo, por forma a que os jovens não se sintam atraídos por outras paragens», nomeadamente pelo litoral e pela vizinha Espanha. «Esperança é a palavra», insistiu.
Antes, o presidente do município mostrou-se confiante em relação ao futuro, tendo declarado que espera que, «em 2011, não se registe qualquer decréscimo demográfico em Trancoso». Isto porque, é dos concelhos mais populosos da Beira Interior Norte (censos 2001), «tem o segundo maior volume de transacções, depois da Guarda e uma das taxas de desemprego mais baixas», declarou Júlio Sarmento. Além disso, «tem um programa de desenvolvimento estratégico para os próximos 20 anos», que, de acordo com o autarca, será capaz de transformar o concelho num dos mais bem posicionados em termos de turismo, serviços e comércio. A política de reabilitação urbana e de intervenção no património é uma das prioridades do município, designadamente em relação ao centro histórico, para «potenciar a sua atractividade e o seu desenvolvimento». Em relação à adaptação do Convento de S. Francisco, do séc. XVI, Júlio Sarmento falou numa «intervenção de ourivesaria» para salientar a forma como o antigo e o moderno foram conciliados.
O novo equipamento, num investimento da ordem de 700 mil euros, dispõe de um auditório com 133 lugares, palco e um “foyer” polivalente para exposições, colóquios e actividades diversas. Estas estruturas encontram-se sobre apoios e respeitam as tumbas de monges e personalidades sepultadas no interior da igreja, que não foram tocadas. Já a unidade de saúde da Santa Casa da Misericórdia local, de índole privada, não chegou a ser inaugurada por não ter sido firmado ainda o protocolo com o Ministério da Saúde, segundo explicou Júlio Sarmento. O autarca prevê a sua inauguração para Agosto.
