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Casos de SIDA não são alarmantes no distrito

Na Beira Interior Norte os idosos são o grupo com taxas de incidência maiores, adianta a coordenadora da Unidade de Saúde Pública na Guarda

Em cada cem mil pessoas havia seis novos casos de pessoas infetadas com o vírus do VIH na NUT III Beira Interior Norte em 2013, revelam os dados divulgados no final de dezembro pelo Ministério da Saúde. «Felizmente existe um número reduzido de casos na região e por isso mesmo vão ao encontro das especificidades a nível nacional», considera a coordenadora da Unidade de Saúde Pública na Guarda, Ana Isabel Viseu.

Quer a nível nacional, quer na Beira Interior Norte o número de novos casos de toxicodependentes infetados diminuiu, o que pode ser explicado pela troca de seringas gratuitas, uma medida do Ministério da Saúde. «Os idosos e as faixas etárias com uma vida sexualmente ativa são os grupos da região que contabilizam uma taxa de incidência maior», adianta a médica da Unidade local de Saúde (ULS) da Guarda, acrescentando que isso se deve aos «comportamentos de risco e pouco preventivos, nomeadamente as relações sexuais sem preservativo». No caso dos idosos também pode ser explicado pelo facto de agora «estarem mais alerta para o diagnóstico ou simplesmente porque a descobrem através de exames de despiste de outras doenças», explica Ana Isabel Viseu.

Apesar do número de casos não ser preocupante na Beira Interior Norte (que inclui os concelhos de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal e Trancoso), a coordenadora da Unidade de Saúde Pública não esquece que esta é «uma situação que carece sempre de vigilância por parte dos serviços de intervenção». Nesse sentido, a ULS tem implementado os testes rápidos de deteção precoce da doença, o que tem contribuído para uma maior eficácia na revelação da doença. Esta é uma medida que Ana Isabel Viseu gostaria de ver implementada em todos os centros de saúde da ULS da Guarda, mas, «infelizmente, não é fácil e carece de uma equipa especializada».

Relativamente à NUT III da Cova da Beira (Belmonte, Covilhã e Fundão), em 2013 registaram-se 2,4 pessoas infetadas em cada 100 mil habitantes, o mesmo valor do ano anterior. Já a NUT III da Serra da Estrela (Fornos de Algodres, Gouveia e Seia) tinha 1,2 pessoas infetadas em 2012, um número que aumentou no ano seguinte para 7,1 pessoas em cada 100 mil habitantes. Números mais preocupantes enfrentam Lisboa e Setúbal, pois 50 por cento dos novos casos em Portugal foram detetados nestes distritos. No total, em 2013 foram detetados 48.657 novos caso em Portugal, sendo que mais de 35 mil são homens. Ainda assim, com 13,6 pessoas infetadas em cada 100 mil habitantes, 2013 registou uma redução da taxa de incidência de 2,1 por cento relativamente a 2012, quando houve 15,6 pessoas infetadas. Apesar dos casos de infetados terem diminuído em Portugal, os números ainda são elevados comparativamente ao resto da Europa Ocidental. Ana Isabel Viseu sublinha a necessidade de se continuar a alertar para os comportamentos de risco, mas admite que «estes números não ficam a dever-se à falta de informação, principalmente no caso dos jovens».

A Beira Interior Norte registou seis novos casos por 100 mil habitantes

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