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Carteiro e idoso suspeitos de atear fogos em Trancoso e Seia

PJ deteve homem de 55 anos que terá agido por «puro incendiarismo» desde 2013 e identificou reformado de 78 anos que queria assar sardinhas e provocou grande incêndio na zona de Vide

A Polícia Judiciária (PJ) da Guarda deteve na semana passada mais um incendiário e constituiu arguido outro indivíduo por crime de incêndio. Um deles é um carteiro que é suspeito de ter ateado várias dezenas de fogos no concelho de Trancoso desde 2013. O segundo detido é um idoso que terá estado na origem do grande incêndio registado no concelho de Seia a 22 e 23 de agosto ao ter acendido uma fogueira nas traseiras da sua casa para assar pimentos e sardinhas.

No primeiro caso, o suspeito de 55 anos terá agido por «puro incendiarismo», refere o Departamento de Investigação Criminal em comunicado. As autoridades presumem que o indivíduo seja o autor de mais de três dezenas de crimes de incêndio florestal, ocorridos «pelo menos desde 2013 até à presente data», com particular incidência nos meses de verão, em diversas localidades do concelho de Trancoso. A PJ adianta que o detido não tem antecedentes policiais conhecidos. Os incêndios que é suspeito ter ateado quando distribuía o correio consumiram «vários milhares de hectares de floresta e de terrenos agrícolas, formados por diversas espécies arbóreas e abundante vegetação, provocando elevados danos ecológicos e prejuízos patrimoniais», revela a Judiciária, acrescentando que os fogos terão sido «todos iniciados com recurso a artefactos incendiários prefabricados pelo próprio».

O homem, entretanto detido em prisão preventiva por decisão do tribunal, é suspeito de ser o autor de cinco incêndios entre 3 e 18 de agosto «que só não tomaram proporções maiores devido à pronta intervenção de diversos populares e bombeiros». A PJ sublinha que uma dessas ocorrências aconteceu em Moreira de Rei a 21 de agosto, tendo ardido «mais de 1.300 hectares de terreno, formado por pinheiros bravos, carvalhos, castanheiros, freixos, amieiros e nogueiras, seis habitações, 53 casas de arrumos, armazéns, diversos veículos automóveis, máquinas, alfaias agrícolas e vários animais de exploração agropecuária». As chamas fizeram ainda explodir botijas de gás, «tendo ficado gravemente feridos no respetivo combate pelo menos três bombeiros», indica a Judiciária.

Em Seia, a PJ constituiu arguido o presumível autor do grande fogo florestal que atingiu aquele concelho serrano no início da semana passada. As chamas lavraram nas localidades de Balocas, Vide e Teixeira de Cima e o seu combate mobilizou quase quatro centenas de operacionais «por dois dias consecutivos». O homem de 78 anos, «com problemas de saúde», terá originado o incêndio «quando acendeu uma fogueira nas traseiras da residência com o intuito de assar pimentos e sardinhas». De acordo com a Judiciária, o próprio ter-se-á queimado nas mãos quando tentava evitar que as chamas se propagassem. O fogo, que chegou a progredir em três frentes, foi dominado na manhã do dia 23. Este ano a PJ já identificou e deteve 45 pessoas pela autoria do crime de incêndio florestal.

Luis Martins A Judiciária já identificou e deteve 45 pessoas por crime de incêndio florestal este ano

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