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Carta aberta à imprensa regional

Face às sucessivas notícias protagonizadas pela imprensa escrita regional e nacional referenciando comentários do Presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela sobre o nível de ocupação do fim-de-ano na hotelaria, cabe-nos tecer os seguintes comentários:

1. O n/ Grupo, IMB HOTÉIS, pelo facto de deter três unidades hoteleiras (duas na Covilhã e uma na Guarda) com cerca de 650 camas constitui-se como barómetro do nível de ocupação do destino Serra da Estrela.

2. Nunca nos foi questionado pela RTSE qual a ocupação prevista ou efectiva no fim-de-semana da passagem de Ano, ou noutro qualquer período.

3. Não temos conhecimento que a RTSE detenha algum sistema de monitorização das taxas de ocupação das unidades hoteleiras da região!

Logo, concluímos ser impossível, por conhecimento próprio do parque hoteleiro da região, terem pernoitado «(…) 5.000 clientes nos principais hotéis (…)» ou «(…) 20.000 pessoas (…)», como foi salientado pelo Presidente da RTSE, se tais afirmações lhe pertencem! Se for verdade o que pretende com isto?

Também não podemos aceitar que um Administrador da Concessionária destaque na RTP 1 que passaram pela Serra da Estrela 1,5 milhões de turistas no ano transacto e que se espera chegar a 10 milhões daqui a dois anos! Para que fique registado, em 2005 os Pirinéus e os Alpes franceses registaram 7,6 milhões de turistas. Afinal, o que se pretende com este conjunto de afirmações?

Posto isto, cabe-nos informar, com veracidade, os leitores e potenciais investidores para o seguinte:

1. A avaliação competitiva do destino Serra da Estrela configura claramente um estado de pré-crise (aliás, já prevista e explicada pela lógica de massificação/vulgarização do destino, com responsabilidades directas da Concessionária com a exclusividade do turismo e desporto na Serra da Estrela).

2. A evolução negativa da taxa de ocupação no ultimo triénio e a redução das receitas na generalidade dos hotéis são provas concludentes disso, conferindo níveis de rentabilidade apenas sofríveis no destino para os actuais investidores.

Como comentário final, consideramos oportuno questionar as entidades públicas responsáveis pelo PITER da Serra da Estrela se, face ao período previsivelmente mais reduzido de queda de neve, os investimentos a apoiar contemplam seriamente aquela inevitabilidade, colocando como novo factor de atractividade do destino as actividades de natureza e de turismo activo, concentrando-se na oferta de produtos e serviços turísticos de qualidade onde a Requalificação, Ordenamento e o respeito pelo Ambiente serão, isso sim, factores fundamentais na escolha do destino.

Saberão também os responsáveis do turismo nacional que na própria Suíça, os bancos deixaram de financiar no ano transacto as empresas turísticas que centram o seu negócio na neve e que se situem abaixo dos 1.500 metros de altitude?

Para a nossa região, «os tais milhões» são tão estruturantes que a sua correcta aplicação justifica cada vez mais um urgente debate, para bem do nosso futuro!

Por: Luís Veiga *

* Administrador-executivo IMB HOTÉIS

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