Já não me lembrava de sair à rua para ver o desfile carnavalesco das crianças na Guarda. Este ano, a Câmara lá arranjou uns trocos para o cortejo e as ruas voltaram a encher-se de muita cor e alegria.
Certamente que neste novo executivo há gente com crianças pequenas e terá sido talvez a pensar nelas que esta tradição voltou. Na última sexta-feira saí à rua e não pude ficar indiferente à alegria contagiante de pais, filhos e avós. O que não é coisa pouca numa cidade desmotivada e sem esperança como é a Guarda neste momento. Como foi possível acabarem com este desfile? Quem tomou a decisão tão desastrosa? Terá sido o sorvedouro do “Galo” o responsável? O que é certo é que este ano o dinheiro deu para tudo.
Para estes pequenos foliões terá sido, sem dúvida, o melhor dia da semana, certamente que andaram cheios de energia na preparação e nos ensaios para que no final corresse tudo bem. Foi uma verdadeira festa de carnaval. Em anos anteriores, “os valentões” não deixavam que a alegria de uma criança contagiasse a cidade porque alegavam falta de verbas para o evento. Só havia dinheiro, e muito, para o Julgamento do Galo e para os “pançudos” do galinheiro. Tradição da Guarda? Só desde que Américo Rodrigues decidiu adaptar – e muito bem – o que se passava em Famalicão e Pousade para criar um acontecimento diferente que permanece até aos dias de hoje. O problema é que a criação não dava espaço para mais nada. Desta vez, parece que deu para tudo e mais alguma coisa.
*Titulo da responsabilidade da redação
Nuno Oliveira, Guarda