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Carlos Pinto nega intenção de difamar Vítor Pereira

Antigo autarca da Covilhã começou a ser julgado na terça-feira por um crime de difamação agravada contra o seu sucessor na Câmara

Começou na terça-feira o julgamento do antigo presidente da Câmara da Covilhã por um crime de difamação agravada contra o seu sucessor no município, Vítor Pereira.

Segundo a acusação, os factos remontam à campanha autárquica de 2013, quando, num comício de um candidato independente que apoiava, Carlos Pinto acusou o cabeça de lista do PS (Vítor Pereira) de ter facultado à Câmara de Lisboa o dossier apresentado pela autarquia da Covilhã com vista à implementação do Data Center da PT – que abriu na cidade em setembro desse ano. O Ministério Público considera que o antigo autarca estava ciente de que os presentes no comício identificariam Vítor Pereira como o destinatário das afirmações. «Mais sabia o arguido que as imputações por si proferidas dirigidas a Vítor Pereira eram aptas de ofender a honra, consideração e bom nome do ofendido», refere a acusação, sublinhando que o ex-presidente da Câmara sabia que, pela presença dos jornalistas, as afirmações teriam eco na comunicação social.

Na primeira sessão do julgamento, Carlos Pinto negou os factos que lhe são imputados e disse estar a ser «injustamente acusado», sublinhando «a boa-fé e ausência de vontade em atingir o bom nome e a honra de alguém». Ao tribunal, o histórico autarca do PSD sustentou que as declarações produzidas não se dirigiam a Vítor Pereira: «Nunca o meu espírito voou para o assistente», enfatizou Carlos Pinto, que também confirmou ter entregue o dossier da candidatura da Covilhã à localização do Data Center da PT a Vítor Pereira, então vereador e candidato do PS à Câmara, a Carlos Martins, na altura assessor do primeiro-ministro José Sócrates, e a João Casteleiro, dirigente socialista e diretor do CHCB, para intercederem pela cidade junto do Governo. Na altura, Vítor Pereira disse ter ficado «profundamente ofendido» com as declarações de Carlos Pinto e negou ter entregue os documentos ao então presidente da Câmara de Lisboa, António Costa. De resto, o atual primeiro-ministro está arrolado como testemunha do edil covilhanense.

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