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Carlos Peixoto quer Governo mais solidário com a região

O novo líder da Distrital do PSD da Guarda anunciou a criação de um gabinete de estudos cujos relatórios serão enviados ao Governo e aos deputados na Assembleia da República

O novo líder da Distrital da Guarda do PSD considera que chegou a altura do Governo – «e Lisboa» – ser solidário com a região. «O interior tem sido muito solidário com o país, desde logo porque nascem aqui os rios que abastecem Lisboa, mas sobretudo porque todos nós pagamos os défices galopantes do Metro, da Carris, da CP e dos STCP e dificilmente quem vive em Lisboa ou no Porto paga os défices dos nossos transportes públicos», declarou Carlos Peixoto, na tomada de posse realizada na última sexta-feira.

O sucessor de Júlio Sarmento promete não se calar em matérias como a política demográfica, as acessibilidades – nomeadamente a construção do IC6 e IC7 na corda da serra – e a saúde, reiterando ainda que é preciso um «sobressalto fiscal» para quem vive no interior e para as empresas se instalarem por cá. Até 2016, o social-democrata assume como prioridades do seu mandato crescer «em intervenção cívica e política» e anunciou que Pinhel vai acolher a primeira reunião desconcentrada da Distrital. No seu discurso, Carlos Peixoto elogiou Rui Ventura, candidato derrotado nas eleições de 10 de maio e que esteve na tomada de posse. «Tens aqui um aliado e um parceiro para tudo o que precisares na Câmara de Pinhel. Conto muito contigo para levantar a bandeira do PSD», declarou. O líder da Distrital também não esqueceu Álvaro Amaro, que disse ter sido o «propulsor» do seu «batismo político» nas autárquicas de 2001. «Não posso esquecer a mão que me deu e a força que me foi dando, os ensinamentos que recebi para que hoje pudesse ter a motivação para me candidatar à liderança do PSD Distrital. Quero aqui reconhecer publicamente que o admiro profundamente pela sua coragem e pelo seu caráter, próprio dos grandes homens da política e dos grandes estadistas», considerou Carlos Peixoto, que não disse uma palavra sobre os adversários do PS.

Antes, Álvaro Amaro tinha recordado que o agora presidente da Distrital foi o único social-democrata que já venceu António José Seguro. «Foi em 2001 e era cabeça de lista à Assembleia Municipal de Gouveia. Quem ganha eleições desta natureza não duvido que vai ser uma grande líder da Distrital», admitiu o atual presidente da Câmara da Guarda, que na altura conquistou a autarquia serrana ao socialista Santinho Pacheco. De resto, Álvaro Amaro, que falou na qualidade de presidente dos Autarcas Sociais-Democratas, anunciou que a Guarda vai receber no último trimestre do ano a primeira “Academia do Poder Local”, uma «espécie de universidade de verão dos autarcas do PSD que vai decorrer todos os anos na Guarda durante quatro dias», explicitou. Presente na sessão, Marco António Costa aproveitou a presença de Rui Ventura para criticar o PS: «Neste partido, depois das eleições estamos unidos. Noutros, mesmo quando ganham, estão todos divididos», ironizou o dirigente nacional do partido.

Para o coordenador permanente da Comissão Política Nacional e porta-voz do PSD, «o PS só pensa no interesse partidário, nós pensamos no interesse dos portugueses e do país». Mas as críticas aos socialistas não se ficaram por aqui, com Marco António Costa a considerar que crise interna do PS «não ajuda o sistema democrático», tendo acusado António José Seguro de querer «mergulhar o país na instabilidade» ao pedir eleições antecipadas.

Criado gabinete de estudos

Fernando Andrade (Aguiar da Beira) e Jorge Libânio (líder da concelhia da Guarda) são os vice-presidentes de Carlos Peixoto. Carlos Condesso é o secretário distrital, Pedro Nobre (tesoureiro), Peres de Almeida (auditoria financeira), António José Oliveira (Conselho de Jurisdição) e António Robalo (autarca do Sabugal) preside à Assembleia Distrital.

O líder da Distrital revelou ainda a criação de um gabinete de estudos com cinco eixos temáticos para «identificar problemas e apontar soluções num documento estratégico que será enviado ao Governo e aos deputados na Assembleia da República». Assim, Couto Paula, atual diretor do Centro de Emprego, fica responsável pela área do emprego/crescimento; José Gomes, antigo diretor de Estradas da Guarda e Coimbra, assume as acessibilidades/coesão; Júlio Sarmento, ex-presidente da Distrital e da Câmara de Trancoso, analisará a demografia/autarquias; Marco Saldanha, presidente da Associação Académica da UBI, estudará a área da juventude; e Fabíola Figueiredo, de Seia, está encarregue do dossier da saúde.

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