O presidente da Distrital do PSD da Guarda, que se recandidata ao cargo, acusa o atual Governo de «não tratar muito bem o distrito da Guarda e o interior» com o aumento dos combustíveis e a não redução das portagens na A23 e A25.
«Na campanha prometeram que reduziriam as tarifas em 50 por cento, mas até agora não vimos nada. O Governo do PS tem a obrigação de o fazer porque herdou uma situação económico-financeira que o permite», afirmou Carlos Peixoto, na passada sexta-feira, na conferência de imprensa de apresentação da sua recandidatura às eleições de 5 de março. O atual deputado na Assembleia da República criticou também o aumento «brutal» dos combustíveis por considerar que é prejudicial às empresas e comércio das zonas transfronteiriças devido «à fuga dos consumidores para Espanha, onde também poderão passar a fazer mais compras». Na sua opinião, «para ajudar alguns [PCP, BE e sindicatos], o Governo não pode prejudicar todos os portugueses», notando que, «pela primeira vez em dez anos, houve um aumento do gasóleo agrícola».
Carlos Peixoto, que concorre a um segundo mandato, denunciou ainda a exoneração «por motivação partidária» do diretor do Centro de Emprego da Guarda, Couto Paula, e do diretor-adjunto do Centro de Emprego de Pinhel. «Não é um ato de gestão, porque o seu trabalho era muito eficaz. Foram saneados porque são militantes do PSD», afirmou o social-democrata, alertando que esta decisão é «uma varridela com o objetivo de nomear para os lugares militantes do PS». O líder distrital acrescentou que «o PSD não fez isso, lançou concursos através do CRESAP, que escolheu dirigentes intermédios com base nos currículos». Contudo, tal não aconteceu com Couto Paula, que foi nomeado em comissão de serviço – apenas Jacinto Dias, diretor distrital da Segurança Social, foi escolhido por esse método.
Carlos Peixoto, que deverá ser candidato único, revelou que quer «aproximar os cidadãos da política partidária» com diversos encontros e que vai «refrescar, renovar» a sua lista aos órgãos distritais, que divulgará na próxima semana. Quanto às autárquicas, o objetivo é «conquistar» Câmaras ao PS em 2017. Aos jornalistas, o social-democrata, que está no Parlamento há seis anos e preside à Distrital guardense há dois, considerou que o Orçamento de Estado «não trata nada bem o IPG porque, apesar de ter tido uma gestão muito cuidadosa e respeitadora das regras, recebe menos 590 mil euros e está impedido de contratar professores e pessoal auxiliar». Já na área da Saúde defendeu que o Governo instale na Guarda um serviço de radioterapia para servir os distritos da Guarda, Viseu e Castelo Branco. «A Guarda tem uma centralidade relativamente a estes três distritos que aconselha que este serviço seja sediado no Hospital Sousa Martins, reforçando ainda mais os serviços que a Unidade Local de Saúde tem prestado», sustentou o deputado.
As eleições realizam-se a 5 de março, no mesmo dia em que o PSD vai escolher o presidente do partido e serão eleitas as concelhias e os delegados ao congresso.
Luis Martins