O disco “Canções de Cordel”, de César Prata, integra a lista dos melhores discos portugueses do ano 2011 do “Jornal de Letras”, ao lado de trabalhos de artistas consagrados como Fausto, Jorge Palma e Sérgio Godinho.
Uma distinção que o autor encara como «um estímulo para continuar», uma vez que «é sempre agradável ver o trabalho reconhecido». César Prata considera tratar-se de um reconhecimento importante na divulgação do seu trabalho por «haver sempre quem repare nesse tipo de listas, dos melhores trabalhos do ano, e com isso se sinta compelido a ouvir, para perceber o porquê da nomeação». Esta não é a primeira grande distinção para o músico guardense, que já em 2007 viu o seu trabalho com o grupo Chuchurumel ser reconhecido pelo jornal “Expresso”. Entretanto, César Prata já tem um novo disco pronto com o projeto Assobio, intitulado “Fado 2.0”, e que será também editado pelo Teatro Municipal da Guarda, estando o seu lançamento previsto para 25 de fevereiro.
O disco “Canções de Cordel” é a segunda edição em nome próprio de César Prata e surge como uma sequela do seu primeiro trabalho discográfico, “Canções do Ceguinho”, editado em 2003. Trata-se de um álbum cujas músicas encontram as suas raízes nas canções de gesta medievais e nos romances e que, segundo o autor, «dá um novo capítulo às canções de cegos». “Canções de Cordel” reúne as canções normalmente impressas em folhetos que eram vendidos em feiras por cegos, que eram também músicos e cantores. As canções tinham versos e música simples, e relatavam temas que garantiam o sucesso, como crimes, traições, mortes violentas, casos estranhos, de uma violência que por vezes parece irreal. Episódios épicos e quase sempre trágicos, que César Prata define como «verdadeiras histórias de faca e alguidar». Neste trabalho colaboraram Kubik, B.Riddim, José Neves, Sandra Santos, Tatiana Fonseca, Vanda Rodrigues e Américo Rodrigues. De referir ainda que o disco integra a coleção “A Ieltsar se vai ao longe”, do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional da Universidade Nova de Lisboa.
