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Camurça, o “herói” improvável

Vila Cortês eliminou o Vilanovenses da Taça de Honra da AFG numa partida decidida nas grandes penalidades

Vila Cortês e Vilanovenses, terceiro e segundo classificados do Distrital da Guarda, não defraudaram as expectativas e protagonizaram um excelente jogo no domingo, naquela que foi a partida mais importante dos oitavos de final da Taça de Honra da Associação de Futebol da Guarda (AFG). A grande figura do desafio acabou por ser Camurça, habitual guarda-redes suplente da equipa do concelho da Guarda, que até nem começou bem, mas acabou por ser decisivo no desempate por penáltis.

O encontro abriu praticamente com o primeiro golo dos visitantes. Camurça teve uma saída em falso, Fábio aproveitou para ir à linha de fundo e cruzou para a área onde João Pedro, sem qualquer marcação, concretizou. Os locais reagiram e, aos 19’, Xano teve uma grande perdida quando, na área, atirou fortíssimo por cima. Nesta fase, o Vila Cortês assumiu maior domínio, enquanto o Vilanovenses apostava no contra-ataque e foi num desses lances que, aos 38’, João Pedro esteve muito perto de bisar, mas atirou à trave, após um passe em profundidade pela esquerda do ataque da equipa do concelho de Gouveia. Como quem não marca arrisca-se a sofrer, a formação de Rui Nascimento consumou a reviravolta em quatro minutos. Aos 40’, Nuno cobrou um canto e Mica cabeceou sem oposição para o primeiro do Vila Cortês e, a um minuto do intervalo, o lateral esquerdo bisou ao desviar um cruzamento/remate de Teixeira.

Logo no início da segunda parte, Teixeira isolou-se e podia ter feito o 3-1, mas permitiu a defesa a Pedro Pinto. O Vilanovenses partiu então à procura do empate e quase o conseguiu aos 56’ por Xará, que atirou forte para boa defesa de Camurça. No canto, João Pedro assistiu Pedro Correia que, à entrada da área, rematou ao ângulo superior direito. O jogo continuou numa toada de parada e resposta e, aos 68’, Pedro Pinto defendeu com dificuldade um remate de fora da área de Xano. Dado o primeiro aviso, aos 75’, o possante avançado do Vila Cortês marcou mesmo com mais um remate de longe. Os locais só não ampliaram a vantagem porque Pedro Pinto se opôs bem a Gaspar. Aos 84’, João Pedro viu amarelo por protestos após um golo anulado e pediu para ser substituído. Logo de seguida, na sequência de mais um canto, Filipe atirou uma “bomba” à entrada da área e fez o 3-3.

Como o empate permaneceu até ao final teve que se recorrer às grandes penalidades e também nesta fase não faltaram emoções fortes. Primeiro, Gaspar permitiu a defesa de Pedro Pinto, enquanto Santiago, Xano e Xará marcaram. Depois, Gilberto atirou ao lado e Camurça defendeu o penálti de Pedro Henriques. Nuno, Tavares e Teixeira também cumpriram a sua obrigação, mas o experiente Pedro Correia também viu Camurça defender o seu remate. O empate a três perdurava no final da primeira série de cinco penáltis para cada lado e só ao 14º remate é que o vencedor foi encontrado, após Rui Santos marcar e Camurça defender o remate de Fábio. Tiago Cadete fez um trabalho positivo, embora os seus assistentes tenham assinalado alguns foras-de-jogo que nos deixaram dúvidas.

Ricardo Cordeiro Camurça, segundo à esquerda, foi decisivo ao defender três penáltis

Camurça, o “herói” improvável

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