A situação repete-se há vários anos: os camiões ocupam a cidade da Guarda todos os fins de semana, sendo a zona de S. Miguel uma das mais afetadas. O Parque TIR da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) está preparado para acolher centenas de viaturas, mas a ausência de segurança e de instalações sanitárias continua a afastar os camionistas.
Os lugares escolhidos são, por norma, as áreas habitacionais, mas não apenas nos arredores da cidade: exemplo disso é a subida da Póvoa do Mileu e os Castelos Velhos, onde os largos e estacionamentos são frequentemente “invadidos” pelos TIR. Um camião frigorífico não deixou dormir os moradores perto dos Jardim dos Castelos Velhos há duas semanas, situação contada a O INTERIOR por um dos residentes: «Um camião daqueles tem de estar a trabalhar, não dormimos nada. É uma pouca-vergonha, nessa noite contámos 77 TIR na cidade», indicou o guardense, acrescentando que da Brigada de Trânsito ao Outeiro de S. Miguel «estavam dois de combustível». «Penso que a questão do Parque TIR se resolve rápido», considerou o morador, que pediu para não ser identificado, adiantando que «é preciso sensibilizar os responsáveis autárquicos para que seja o mais depressa possível».
Também João Prata sublinha a longevidade do problema, mas acredita que «o novo executivo da Câmara vai encarar o projeto com a veemência e objetividade que os antecessores não tiveram». Enquanto autarca da freguesia de S. Miguel, o agora presidente da Junta da Guarda defendeu a retirada dos camiões para a PLIE: «Foi um tema muito focado por nós nas assembleias municipais e de freguesia», lembrou, acrescentando que chegou «a dizer que o atraso dos anteriores executivos ia levar a que os camiões não quisessem nada com a Guarda». No entanto, João Prata não tem dúvidas que, «a seu tempo», o Parque TIR reunirá as condições necessárias, o que vai tornar a cidade «um verdadeiro centro de oportunidades, pois é um nicho de mercado importante como motor do desenvolvimento económico», considera. Em resposta a O INTERIOR, fonte oficial da Câmara da Guarda disse que «a autarquia está a estudar este dossier técnica e financeiramente».