O Souropires levou a melhor no esperado “derby” distrital com o Fornos de Algodres, a contar para a série C da IIIª Divisão, ultrapassando a equipa orientada por Paulo Barra na tabela. Tal como seria de esperar, os dois representantes do distrito da Guarda nos Nacionais de futebol protagonizaram uma partida muito disputada, com algumas entradas à margem da lei, e com poucas oportunidades de golo. Vítor Camilo, que já tinha marcado na jornada anterior, acabou por “resolver” o encontro a favor da turma do concelho de Pinhel.
A rivalidade entre as duas equipas ficou bem patente na, por vezes excessiva, dureza empregue na disputa dos lances, num jogo marcado pelo vento forte, que causou inúmeros “remoinhos” de terra e pó. Tal como lhe competia, por jogar em casa, foi o Souropires quem teve mais posse de bola no primeiro tempo. Contudo, a melhor ocasião deste período pertenceu ao Fornos, quando estavam jogados 19 . Rodrigo cruzou da esquerda para a área onde o “gigante” Quim Teixeira subiu mais alto que todos para cabecear com estrondo à barra da baliza de Valezim, que nada podia fazer. O jogo continuou numa toada de muita luta a meio-campo e, aos 33’, o Souropires criou uma jogada de algum perigo, mas Milford, em posição central, acertou mal na bola após cruzamento de Cédric. No regresso das cabinas, a equipa da casa continuou a mandar na partida e, aos 56’, ficou a jogar com mais um homem depois de Rui Ramos ter visto o segundo amarelo. O Fornos acusou a expulsão e volvidos apenas dois minutos consentiu o golo ao Souropires.
Camilo combinou com Milford à entrada da área e, beneficiando de muita liberdade dos defesas fornenses, só teve que ajeitar o esférico e rematar para fora do alcance de Inácio. Um golo de belo efeito e efusivamente festejado pelos atletas da equipa da casa, cinco dos quais já jogaram pelo Fornos. A equipa de Paulo Barra tentou reagir, mas o Souropires poderia ter “sentenciado” a partida aos 69’, quando Cédric, depois de fugir pela esquerda, rematou à base do poste direito. No último quarto-de-hora, o técnico fornense decidiu apostar tudo e substituiu os seus dois laterais por Rebelo e Bruno, jogadores de vocação ofensiva. E apesar de jogar com menos um homem, o Fornos conseguiu empurrar o Souropires para terrenos mais recuados, tendo mesmo desperdiçado uma flagrante oportunidade para chegar à igualdade aos 83’. Bruno teve uma boa iniciativa pela direita e isolou Luís Miguel, que, à meia-volta, rematou forte à quina da baliza de Valezim. Entretanto, o Souropires também ficou a jogar com 10, por expulsão de Faneca, mas o Fornos não voltou a incomodar.
Numa partida nada fácil de dirigir, Nuno Ventura mostrou 14 cartões, dois dos quais vermelhos, mas mesmo assim sentiu, por vezes, algumas dificuldades para “segurar” o encontro. No final, Manuel Barbosa considerou a vitória merecida. «O Fornos veio aqui para tentar defender o resultado e quem joga para isso arrisca-se a perder, como aconteceu, com uma grande exibição do Souropires», afirmou. Já Paulo Barra, técnico visitante, não foi da mesma opinião: «Foi um jogo bem disputado e feio, em que qualquer equipa podia ter ganho num campo muito difícil e algo incaracterístico», disse, criticando o árbitro por ter sido «um pouco contemplativo para com muitos lances, alguns a roçar a maldade» do Souropires.
Ricardo Cordeiro