A futura Biblioteca Eduardo Lourenço, na Guarda, tinha que estar concluída até dia 31 de Dezembro para o município assegurar uma comparticipação de um milhão de euros do programa comunitário INTERREG. No entanto, a data expirou e a empreitada ainda não acabou, mas o apoio está garantido porque o prazo para o fim dos trabalhos foi novamente alargado.
Em Setembro, na reunião de Câmara, o edil guardense, Joaquim Valente, não escondeu a sua preocupação com o desenvolvimento físico da empreitada e lembrou que a autarquia podia perder o apoio comunitário se não concluísse o equipamento até ao final do ano. Na altura, colocou-se a hipótese da Condop, a empresa que está a construir o equipamento, poder vir a ser responsabilizada se não terminasse a empreitada no prazo estipulado pelos fundos europeus. Contudo, nada aconteceu. Nem a Câmara perdeu um milhão de euros, nem a empresa vai ser responsabilizada, nem as obras estão terminadas. «Foi alargado o prazo», refere, com satisfação, Joaquim Valente. Por isso, agora é hora de se preparar a festa. Segundo Virgílio Bento, vereador com o pelouro da Cultura, o tão desejado equipamento será inaugurado este ano, provavelmente em Maio, com muita “pompa e circunstância”. O também vice-presidente da autarquia adiantou ainda que «as obras estão agora a andar a bom ritmo». Recorde-se que este equipamento é o último que falta para concretizar a ideia da Guarda como cidade de Cultura, a par do TMG e do Centro de Estudos Ibéricos.
A Biblioteca começou a ser construída em 2003 na Quinta do Alarcão, a dois passos do centro da cidade, no entanto, o primeiro construtor faliu nesse ano, deixando a obra na fase das paredes. Seguiram-se 12 meses de procedimentos burocráticos para abrir novo concurso e entregar a empreitada à Condop, o que aconteceu no final de 2005. Os trabalhos recomeçaram no ano passado e com ordem para avançarem o mais rápido possível. O projecto está orçado em mais de 1,7 milhões de euros, 600 mil dos quais comparticipados pelo Ministério da Cultura, e uma das suas principais atracções reside na ligação permanente, através da fibra óptica, ao enormíssimo espólio da Biblioteca das Humanidades da Universidade de Salamanca, cujos 600 mil livros ficarão disponíveis a partir da Guarda.