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Câmara da Guarda corta água em fontanários públicos

Localidade do Penedo da Sé continua a ser abastecida por auto-tanque dos bombeiros

Numa altura em que a chuva significativa continua a escassear, 80 por cento do território nacional apresenta níveis de seca severa e extrema, e que o Governo já colocou todo o território continental no primeiro nível de prevenção em relação à utilização de água, a Câmara da Guarda está a adoptar algumas medidas com vista à redução do consumo do precioso líquido. Para além de acções de sensibilização junto da população, a autarquia já começou a cortar água em alguns fontanários públicos que são abastecidos a partir da rede pública. Entretanto, a localidade do Penedo da Sé, anexa da freguesia do Marmeleiro, continua a ser abastecida por um auto-tanque dos bombeiros.

De resto, foi já adoptado um plano de contingência, «ainda antes» do Governo ter avançado com medidas restritivas, adianta Álvaro Guerreiro, presidente da edilidade. Com o intuito de reduzir o consumo de água, a autarquia apela às pessoas para «cortarem nos gastos supérfluos», como, por exemplo, na lavagem de automóveis. «A seca é um problema sério e estamos com uma especial preocupação nas freguesias que têm captações próprias», indica. Nestas localidades, a monotorização está a ser feita «a par e passo», com a autarquia a controlar os «caudais e os mananciais das nascentes e depósitos de água», afim de obter uma leitura «exacta e constante» da situação. Até ao momento, o cenário não é crítico, já que só a localidade do Penedo da Sé está a ser abastecida por um auto-tanque dos bombeiros, mas a situação é «usual» naquela anexa, embora só acontecesse normalmente a partir de Junho. Já noutras localidades, incluindo a cidade, que são abastecidas a partir da Barragem do Caldeirão, a situação está «controlada» e não deverá haver problemas, mas desde que as pessoas «se consciencializem de que isto não é uma eventualidade que só acontece aos outros», frisa.

«É preciso que cada um tome medidas, se sinta responsabilizado e comece a fazer o seu próprio consumo de água», reforça. Entretanto, como medida de precaução, a Câmara avançou com o corte de água nalguns fontanários públicos que são abastecidos a partir da rede pública de distribuição. «Muitas vezes há desperdícios de água nos fontanários públicos por corrimento permanente e há água que não é utilizada indo directamente para os respiradouros», explica o autarca. Um corte que está a ser feito «paulatinamente à medida da disponibilização de outros mananciais». Mas nem todos os fontanários estão em causa, apenas aqueles que são abastecidos com água potável, sendo as populações alertadas para utilizar as fontes de água não potável em casos de não consumo humano. Até porque uma das preocupações da Câmara é «continuar a fornecer água com qualidade dentro de todos os parâmetros», assevera.

Trancoso sem medidas restritivas

Já em Celorico da Beira, o problema da falta de água no abastecimento público «nunca se colocou», podendo colocar-se apenas o modo como levá-la às populações», indica o autarca António Caetano. Apesar disto, o edil coloca a hipótese da autarquia adoptar algumas medidas de prevenção, até porque as pessoas têm que «saber racionalizar a água que é um bem essencial». Assim, em especial mais perto do Verão, a Câmara aposta na sensibilização da população para racionalizar o consumo e vai apelar para que a lavagem de carros e as regas de jardins «só aconteçam quando for estritamente necessário». No caso de Trancoso, «não tem sentido implementarmos qualquer medida para restringir o consumo de água», isto porque o descarregador de cheias colocado à superfície da barragem da Teja continua a descarregar água, indica Júlio Sarmento. Aliás, a barragem está na sua «cota máxima», tento armazenados 4,5 milhões de metros cúbicos de água, «o que dá para uma população cinco vezes maior que a do concelho», refere, acrescentando que, em anos normais, são desperdiçados cerca de nove milhões. Apesar de actualmente não existir «nenhuma» localidade com problemas de abastecimento, pois o caso de Palhais, abastecida pelos auto-tanques dos bombeiros após esgotamento da nascente subterrânea, «já foi ultrapassado», o autarca diz que no Verão é «normal» existirem alguns problemas de abastecimento.

Ricardo Cordeiro

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