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Câmara da Covilhã quer nova concessão para autocarros públicos

Autarquia queixa-se da qualidade do serviço prestado pela Transcovilhã e vai abrir novo concurso público

A Transcovilhã, concessionária dos transportes urbanos colectivos na Covilhã, poderá deixar de operar no concelho a partir de 2007. Esta é pelo menos a intenção da Câmara da Covilhã, que, na última reunião do executivo, decidiu abrir um novo concurso público para a exploração dos transportes colectivos, embora a actual concessão termine apenas a 31 de Dezembro de 2007.

As críticas do edil à qualidade do serviço prestado pela Transcovilhã, que opera na cidade há 35 anos (há cerca de 20 com esta designação), têm ecoado publicamente nos últimos tempos. Entre as queixas de Carlos Pinto, destacam-se a falta de abertura da empresa em adequar os circuitos às necessidades da população, bem como o desconforto dos autocarros. Estes serão alguns dos parâmetros a ter em conta na altura da análise das candidaturas, bem como a utilização de viaturas e combustível menos poluentes. A opção de abrir em breve um novo concurso, apesar do contrato da Transcovilhã expirar apenas daqui a dois anos, é justificada por Carlos Pinto com a necessidade de estabelecer «com rigor» o caderno de encargos para «dar um passo qualitativo» nos transportes colectivos da cidade. «Vamos trabalhar para que o novo concessionário possa avançar de imediato a partir de 2007», apontou Carlos Pinto, afirmando pretender uma «mudança profunda» no modelo de exploração dos autocarros públicos.

Também Miguel Nascimento defende «outro tipo» de transportes urbanos, principalmente numa cidade com grandes dificuldades de mobilidade. O socialista reclama autocarros «mais pequenos e adaptados às circunstâncias das pessoas e da cidade», relembrando alguns dos problemas actuais: «Não há grande adaptação do sistema de transportes às questões prementes, como a deslocação das pessoas de casa para o emprego e do emprego para casa; não há resposta efectiva às necessidades das empresas de ambos os parques empresariais, nem aos horários dos comboios entre a Covilhã e Fundão». Daí admitir haver actualmente «muita contestação ao sistema de transportes». Contactado por “O Interior”, António Pião, administrador da Transcovilhã, escusou-se a comentar o assunto por «desconhecer» ainda a decisão camarária. De resto, e rejeitando as críticas, este responsável considera a «maioria dos autocarros razoavelmente adequados ao serviço prestado», admitindo que as críticas «fundadas» eram «logo corrigidas» assim que eram apresentadas. Quanto às outras, assumidas pela autarquia, entende que «a informação não estava a mais correcta». Para já, fica em aberto a possibilidade da empresa voltar a concorrer ao concurso público. «Veremos o caderno de encargos e, em função disso, decidiremos essa possibilidade», garante António Pião.

Liliana Correia

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