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Câmara da Covilhã quer encerrar suinicultura de Vila do Carvalho

Carlos Pinto disse estar «surpreendido» com a evolução da poluição naquele local e garantiu que a situação não pode continuar

O presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, está «determinado» a encerrar a suinicultura da freguesia de Vila do Carvalho. A posição foi comunicada na última Assembleia Municipal depois do autarca ter sido questionado pelo comunista Jorge Fael sobre uma «situação preocupante que se arrasta há muitos anos» naquela localidade.

Em Maio passado o executivo tinha dado até ao final do próximo mês para a empresa agro-pecuária resolver todos os problemas de saúde pública verificados e começar a trabalhar com todas as regras de salubridade e higiene exigidas por lei. Uma deliberação que surgiu na sequência da descoberta em Fevereiro de uma vala comum com mais de duas dezenas de animais mortos e que estaria a afectar os lençóis freáticos daquela zona. Contudo, numa visita recente ao local, Carlos Pinto disse estar «surpreendido» com a «evolução da poluição» naquela zona resultante da unidade agro-alimentar. «É um foco de poluição que prejudica o bem-estar e a saúde das pessoas», sublinhou, acrescentando que «se o encerramento não acontecer pela própria empresa sê-lo-á por vontade da Câmara». O autarca admitiu mesmo que a Câmara deveria ter tomado esta atitude «há um ano ou dois», pois «é impossível estar-se naquela zona num raio de 100 metros», mas que não se concretizou porque não tem competência neste domínio enquanto as entidades ligadas ao Ambiente «nunca se preocuparam com a situação», critica.

Embora seja um problema que se arrasta há alguns anos, as preocupações cresceram em Fevereiro quando, após denúncia da população, a GNR encontrou cerca de 20 suínos enterrados numa vala comum. Mas apesar dos inquéritos instaurados e das contra-ordenações aplicadas pelas entidades ligadas à agricultura, ambiente e à saúde, a empresa continuou em actividade com cerca de três centenas de animais. Entre as várias acusações imputadas estava o facto da suinicultura ter um sistema de descarga de efluentes «prejudicial» para o domínio hídrico e as «más condições de tratamento» dos animais no armazém devido a um sistema de ventilação «fraco». Para além disso, a suinicultura não tinha o licenciamento para a exploração da actividade. “O Interior” tentou contactar os responsáveis da Empresa Agro-Pecuária da Aldeia do Carvalho, mas a única resposta obtida junto de um funcionário foi que «os gerentes e administradores estão em Lisboa e não querem falar». Já Laia Rodrigues, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), disse que a situação estava a ser acompanhada, estando neste momento a ser apreciado o licenciamento daquela empresa. Quanto à intenção da autarquia, Laia Rodrigues não se quis pronunciar, adiantando apenas que a CCDRC «não tem informação de qualquer reclamação» acerca da suinicultura.

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