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Câmara da Covilhã aprova Plano e Orçamento de 126 milhões de euros

Miguel Nascimento criticou irrealismo do plano de actividades para 2004 e absteve-se

«Plano irrealista e verdadeiramente inflacionado que não vai concretizar-se em relação ao que está projectado». É desta forma que Miguel Nascimento, vereador eleito pelo PS na Câmara da Covilhã, critica o Plano de Actividades para 2004 orçado em 126 milhões de euros.

Aprovado na última reunião do executivo com os votos dos seis sociais-democratas e a abstenção de Miguel Nascimento, o plano prevê a construção de algumas obras do passado, como as que dizem respeito à habitação social, ao Polis ou às acessibilidades, sendo por isso encarado como um plano de continuidade. A constituição de uma empresa municipal de imóveis degradados e a construção do Museu da Cidade na zona histórica são alguns dos novos empreendimentos contemplados nos documentos. Com uma transferência da autarquia de 22,5 milhões de euros, a grande obra dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) da Covilhã será a beneficiação da Barragem do Viriato, que vai possibilitar mais 150 metros cúbicos de água para o ano. Para o edil covilhanense, o plano para 2004 é a «prova» de que o concelho «está a evoluir com novas obras, apesar das restrições orçamentais». Daí que a aposta da Câmara da Covilhã passe pela contenção e aproveitamento dos fundos comunitários.

No entanto, para o vereador do partido da rosa, o programa apresentado pela maioria «não é de contenção» quando as despesas correntes «aumentaram 4,2 por cento». E apesar da Câmara da Covilhã apresentar um valor global de investimento «acima» dos 103 mil euros, o socialista considera que as «grandes promessas eleitorais dificilmente serão cumpridas» dada a recessão económica que o país enfrenta e as dificuldades financeiras que a autarquia atravessa. Exemplo disso é o recente pedido de empréstimo de 1,315 milhões de euros para reforçar as empreitadas do PolisCovilhã, pelo que Nascimento acusa a autarquia de «não apresentar um plano estratégico» em termos económicos. «Chegamos ao fim de 2003 com a necessidade de um pedido de empréstimo para fazer o plano de 2002. Falta planeamento estratégico e é sobre isso que me abstenho», critica.

Miguel Nascimento augura de resto para 2004 o «aumento do endividamento da Câmara, das despesas de pessoal, das contas correntes e dos impostos sobre os covilhanenses», considerando ser impossível aumentar a receita com a venda de imóveis e edifícios quando o mercado imobiliário «se encontra em profunda recessão e a conjuntura económica é completamente adversa». O socialista acusa ainda a «sobrevalorização das receitas», confirmadas através da execução das contas de gerência, 41 por cento em 2001 e 59 por cento em 2002. O plano vai agora ser sujeito à votação da Assembleia Municipal, marcada para o próximo mês de Dezembro.

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