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Câmara da Covilhã aprova contas com votos contra do PS

Oposição alegou «falta de tempo» para analisar o documento e mostra preocupações com a sustentabilidade financeira do município

Na reunião da Câmara da Covilhã da passada sexta-feira, a maioria social-democrata aprovou a conta de gerência e relatório de atividades de 2011 do município e respetivo envio para aprovação em Assembleia Municipal, homologando também a consolidação das contas municipais, que englobam a autarquia e as empresas ICOVI e Nova Covilhã.

A oposição socialista votou contra, alegando que «apesar da diminuição da dívida em 5 milhões de euros, de 89 para 84 milhões, o município está muito dependente de fundos externos, estatais e comunitários». Vítor Pereira, líder da bancada socialista, lembrou o passivo de 150 milhões de euros, e disse haver «mais do que nunca, razões para preocupação relativamente à sustentabilidade financeira do município». «Os apoios comunitários estão a acabar, e a difícil situação económica torna evidente que as transferências do Orçamento de Estado diminuirão, pelo que urge proceder ao equilíbrio das contas da autarquia, não bastando que a dívida de curto prazo esteja assegurada», refere. Os socialistas dizem ainda que, «da análise efetuada às contas, salienta-se que em 2011 se verificou uma diminuição de receita relativamente a 2010, de 36,9 para 35 milhões de euros, sendo que a receita executada foi de 37,5 por cento. Por sua vez, a despesa executada, de 31,5 milhões de euros, foi de 33,2 por cento». Vítor Pereira frisa também que «a taxa de execução das grandes opções do plano foi de 22,7 por cento, mantendo-se a trajetória dos baixos níveis de execução dos últimos anos, sendo que em 2011 foram executados 17,5 milhões de euros quando estava previsto 77 milhões». Os vereadores socialistas justificaram ainda o voto negativo queixando-se de «falta de tempo para analisar convenientemente os documentos, por não terem sido disponibilizados com a antecedência necessária».

O edil Carlos Pinto desvalorizou as críticas socialistas e disse que «a oposição deveria ganhar outros tipos de enfoque crítico, porque a realidade contraria o que eles dizem». «Estamos a investir e a promover iniciativas que não seriam compagináveis se as dificuldades de que eles falam fossem verdadeiras», argumentou, acrescentando que «não tem preocupações» com as contas da Câmara e que «não há qualquer dependência de fundos do exterior». O autarca referiu também que vai utilizar a linha de crédito disponibilizada pelo governo para pagamento de dívidas superiores a 90 dias, «embora não seja necessário».

Nesta reunião, foi também decidida a aprovação do relatório e contas de 2011 da ICOVI, e a autorização do plano de atividades e orçamento para 2012 da Nova Covilhã, Sociedade de Reabilitação Urbana, que representa um investimento na ordem do 1,25 milhões de euros e pretende prosseguir o projeto de reabilitação da zona histórica.

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        contra do PS

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