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Calças de bombeiros roubadas

Sucessivos assaltos estão a preocupar os habitantes de Vila Franca das Naves

Na noite da passada terça-feira foram assaltadas duas empresas em Vila Franca das Naves, no concelho de Trancoso. Nos “Alumínios Ramos” roubaram quase tudo, mas ao lado, na fábrica de confecções “Ana e Raquel”, levaram 60 calças para os bombeiros e muitas camisas. Os prejuízos ainda não estão contabilizados. Dois dias depois, também à noite, os ladrões regressaram à vila e tentaram assaltar a fábrica de caixilharia de Alumínios “Paulos”, mas desta vez o seu trabalho terá sido interrompido e acabaram por fugir. Os sucessivos assaltos deixaram os populares preocupados e com trancas à porta.

A primeira “visita” tão indesejada aconteceu na noite de 11 para 12 de Abril, na fábrica de caixilharia “Alumínios Ramos”, que fica um pouco à saída para a Póvoa do Concelho. Os assaltantes devem ter entrado graças ao arrombamento da porta exterior, mas ninguém deu conta da ocorrência. João Ramos, o proprietário, ainda está incrédulo com o sucedido: «Levaram quase tudo», refere, nomeadamente as barras de alumínio. O empresário não faz ideia de como é que os ladrões conseguiram, mas desconfia que «tinham que ser muitos e deviam ter um camião, ou mais». Para João Ramos, «aquilo não se carrega em meia hora», garante, dizendo que o prejuízo ainda não está totalmente apurado. «Eles andaram por todo o lado, inclusive nos gabinetes», acrescenta, perspectivando uma recuperação financeira «muito lenta». Agora, como diz o velho ditado, « “casa roubada, trancas à porta”». Mas os assaltantes não se ficaram por aqui e, na mesma noite, foram à fábrica do lado. Nas confecções “Ana e Raquel” «devem ter aproveitado para se vestirem», ironiza João Ramos.

Quem não está para piadas são os proprietários da fábrica, também eles surpreendidos com as portas e janelas abertas quando chegaram na manhã da passada quarta-feira. «Devem ter arrombado as portas», refere uma representante da gerência. Foi a primeira vez que a empresa foi assaltada, «mas isto começa a ser normal, acontece em todo o lado», considera, resignada. Neste momento os responsáveis ainda estão a contabilizar os prejuízos, mas admitem que poderão ultrapassar os 5 mil euros. «Ainda é prematuro avançar com valores concretos», esclarece a mesma fonte, que adianta terem sido furtadas 60 calças pertencentes às fardas dos bombeiros e camisas de homem. «Só que há muita coisa que não sabemos se levaram ou não», insiste. A fábrica, com mais de 10 anos, emprega cerca de 55 funcionários, faz prestação de serviços a nível nacional, transforma os tecidos dos clientes, mas também tem a sua marca própria para venda. De resto, todo o produto furtado «foi da nossa marca», constata. Já as calças dos bombeiros não pertencem à corporação de Vila Franca das Naves, pois confeccionam fardas para todo o país. «É uma calça universal, sem qualquer dístico, só o cinto é ligeiramente diferente», explica a responsável.

Os ladrões regressaram à vila na Sexta-Feira Santa e dirigiram-se à fábrica “Paulos”, situada na saída para o Porto da Carne. Mas, como devem ter sido surpreendidos por alguém ou algo, acabaram por fugir sem levar nada. De acordo com alguns populares, com a pressa até terão deixado para trás um telemóvel, o que vai facilitar as investigações policiais. As queixas foram apresentadas na GNR e estão agora «em fase de inquérito», refere José Ribeiro, comandante do posto de Vila Franca das Naves, que, apesar de se desconhecer ainda o valor dos danos, adianta que devem ter sido «bastante avultados».

Patrícia Correia

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