Um novo sistema de vídeo-conferência que ligará prisões a tribunais, para evitar deslocações de reclusos às audiências, foi testado, ontem, no Estabelecimento Prisional da Guarda. O director-geral dos Serviços Prisionais disse à agência Lusa que o sistema deverá ser alargado a todas as 55 cadeias do sistema prisional nacional, embora desconhecendo ainda quando ficará concluído.
O principal objectivo do projecto é evitar muitas das deslocações que os detidos têm que fazer aos tribunais, possibilitando-lhes ser ouvidos em audiência ou inquirições, por vídeo-conferência, sem terem que sair da prisão. A redução de custos, através da poupança em viaturas e combustível, bem como nas despesas com a deslocação de guardas, além da redução dos perigos de fuga, são as principais vantagens deste sistema, de acordo com o director-geral Rui Sá Gomes. A ligação por vídeo-conferência «não acaba com a ida dos reclusos a tribunal, porque há casos em que os juízes o exigem por ser indispensável a sua presença na audiência», afirmou. Algumas ligações vão começar por funcionar nas linhas telefónicas RDIS que existem já nalgumas prisões, mas o objectivo é que passem a ser feitas através da rede de comunicações do Ministério da Justiça, acrescentou um responsável do Instituto das Tecnologias da Informação na Justiça. A “estreia” do novo sistema foi testemunhada na Guarda pelo ministro e secretário da Justiça, Alberto Costa e João Tiago Silveira, respectivamente, bem como Rui Sá Gomes, enquanto no Tribunal Criminal de Coimbra esteve o secretário de Estado Adjunto e da Justiça, José Conde Rodrigues.