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As teorias que explicam o futuro do Universo, revestem-se de bastantes especulações, pois no fundo também se trata disso, contudo existem alguns parâmetros pelos quais se guiam os cientistas para prever os possíveis caminhos que da evolução do Universo. Chegará o momento em que a atração da força gravítica irá parar a expansão do Universo? Ou este continuará a expandir-se até se atomizar de tal maneira que só reste frio e escuridão?

O conceito chave por detrás dos diversas explicações é a ideia de “densidade crítica” uma vez que o destino do Universo está dependente da densidade do mesmo, isto é, da densidade média de toda a matéria/energia existente no Universo. A densidade crítica é um valor que se designa com a letra Ω (ómega). Os cientistas sempre pensaram que a densidade do Universo deveria coincidir com este valor, superior ou inferior, mas sempre aproximado. Explorando esta ideia podemos perceber um pouco melhor os possíveis caminhos para a evolução do universo.

O Big Crunch ou Grande Implosão descreve o Universo com uma densidade superior ao valor crítico, pelo que, chegado o momento, deixaria de se expandir e começaria a contrair-se de maneira acelerada até chegar ao ponto denso de onde partiu. A sua descrição é simétrica ao processo de expansão. Vistas das Terra as galáxias aumentariam à medida que se aproximassem dos momentos finais, transformando-se o Universo numa grande estufa. Por outro lado, há uma teoria que descreve um Universo cuja densidade está abaixo do valor crítico. No Universo do Big Rip a pouco e pouco as luzes das estrelas apagar-se-ão e apenas haverá escuridão. Um lento arrefecimento irá apoderar-se de tudo, sendo acompanhado por uma expansão da radiação. Quando apenas sobrarem restos de átomos, estes também se separarão e os buracos negros acabarão por perder a sua massa. As pequenas partículas que sobrevivem desintegrar-se-ão. Muitos depois, tudo será frio e a radiação em expansão.

Até agora, vimos algumas hipóteses acerca de como poderá ser o fim do Universo. Contudo, há outro conjunto de teorias que rejeita a ideia de um Universo finito. Uma das teorias mais interessantes é a teoria da LQG ou a gravidade quântica em loop. Nesta teoria, os cientistas, que a desenvolveram, recuam as suas previsões a um período anterior ao Big Bang, oferecendo uma explicação diferente da maioritariamente aceite até agora. A gravidade quântica em loop prevê que, antes do BIg Bang existia um volume que, embora muito pequeno, não era zero; prevê ainda que a densidade e a energia também não eram infinitas. Deste modo poder-se-á prever o que aconteceu antes. O nosso Universo estaria desta forma ligado a outro anterior, que se contraiu até determinado ponto voltando depois a expandir-se. Isto criaria uma cadeia de universos relacionados e de certa forma semelhantes, embora não idênticos. Este ponto de encontro seria o Big Bounce, embora certos parâmetros anteriores e posteriores sejam independentes ao mesmo tempo que indeterminados pela própria mecânica quântica. Esta indeterminação produz uma separação que não permite prever com exatidão as propriedades de um Universo e de outro ao atravessar o Big Bounce. Esta ideia de universo infinito é descrita como “parte de um ciclo infinito da colisão titânica entre o nosso Universo e um mundo paralelo”.

Por: António Costa

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