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Braço-de-ferro na Secundária Afonso de Albuquerque

Conselho executivo fechou sede da associação de estudantes em Abril

Há um mês que as portas da associação de estudantes da Escola Secundária Afonso de Albuquerque (ESAA), na Guarda, estão fechadas. O braço-de-ferro, entre o conselho executivo, adepto do «diálogo» antes de levantar a sanção, e os estudantes, que reclamam a porta aberta antes das conversações, parece estar para durar.

«Os alunos desrespeitaram as regras e agora têm que repor a legalidade», sublinha António Soares, presidente do conselho executivo. Enquanto isso não acontecer, «as portas da associação de estudantes vão continuar fechadas», garante o professor, adiantando que não vai ceder «sem os alunos falarem antes comigo». Até porque as instalações «não são deles, mas da escola, logo pertencem à direcção executiva»», considera. Quanto às irregularidades em causa, o presidente do conselho executivo não é muito preciso e remete para os alunos: «Eles lá sabem o que fizeram», refere. Segundo António Soares, já foram enviados três ofícios à associação para resolver o assunto. «Eu estou à disposição para conversar com os alunos, aliás, a porta do meu gabinete está sempre aberta», diz. Os estudantes foram acusados «de desrespeitar o horário de abertura, de atitudes de arrogância, má educação e do não cumprimento de regras básicas», refere um dos ofícios. «Curiosamente, não são especificados ou concretizados os factos de que a associação é acusada», contrapõe Igor Espírito Santo, presidente da associação de estudantes.

Na sua versão tudo terá acontecido a 11 de Abril: «O presidente do conselho executivo entrou por ali adentro e rasgou toda a informação que estava na vitrine», recorda. A sede encontra-se fechada desde então, mas agora falta consenso e diálogo para ultrapassar o diferendo. «Só estamos dispostos a conversar depois de aberta a associação. É que estamos a cumprir a pena por um crime que não cometemos, mas a sentença foi ditada antes do julgamento», acusa o líder dos estudantes da Afonso de Albuquerque. Além disso, a associação rege-se por lei e estatutos próprios, tendo autonomia e representatividade conferida por eleições livres, logo a escola «não tem legitimidade para encerrar as nossas instalações», avisa. Tanto mais que Igor Espírito Santo diz desconhecer «qualquer falha» às regras básicas de utilização das instalações. E o pior é que continuam «sem saber quais os actos, ou práticas, que terão levado àquela tomada de posição», garante o dirigente estudantil. Por isso, se as portas da associação continuarem fechadas, prometem tomar medidas «mais drásticas», como um abaixo-assinado ou uma providência cautelar «e depois serão obrigados a abrir a porta», avisa Igor Espírito Santo. Até lá, os próprios estudantes têm sido os mais prejudicados com esta decisão, pois já foram canceladas várias actividades desportivas e culturais.

Patrícia Correia

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