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A Serra da Gardunha vai receber um parque destinado à exploração de energia eólica. Para além da mais-valia resultante da produção de energias limpas, o investimento – cerca de 125 milhões de euros – criará duas dezenas de empregos na região e permitirá aos proprietários dos terrenos receber um rendimento alternativo aos fracos proveitos da agricultura.

Para além destas vantagens, as juntas de freguesia envolvidas no projecto vão receber apoios para obras de interesse social, estando ainda previstos planos de prevenção de incêndios e estruturas de monitorização ambiental.

Curiosamente, o lançamento deste projecto ligado a energias alternativas acontece num momento em que o barril do petróleo atinge os valores mais altos de sempre. Por coincidência, foi também quando o mundo vivia uma situação como esta, nos anos 70, que os países mais desenvolvidos se interessaram verdadeiramente pelo desenvolvimento de tecnologias capazes de explorar comercialmente esta energia renovável.

Os parques eólicos, que em Portugal existem apenas desde 1988, são hoje uma das apostas da União Europeia em matéria ambiental, e o objectivo estabelecido para 2030 é conseguir que a energia eólica represente 10 por cento do consumo energético europeu.

Num raro momento de concertação, empresários e ecologistas defendem que a exploração da energia eólica é altamente vantajosa. Trata-se de uma fonte segura e renovável, não produz emissões para a atmosfera e a sua instalação é compatível com outros usos do solo,

Os principais factores negativos apontados à exploração deste recurso natural são o ruído produzido pelos geradores, o impacto paisagístico e a eventual influência na fauna local, o que é muito pouco se comparado com as suas vantagens.

A instalação do parque eólico na Serra da Gardunha é um bom exemplo do tipo de investimentos que podem funcionar em zonas com fraca capacidade para atrair investimentos industriais, gerando riqueza sem interferir no ambiente.

Por: João Canavilhas

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