Apesar de também terem poucos meios de combate aos fogos florestais, as corporações de bombeiros dos concelhos vizinhos da Covilhã garantem disponibilidade total para prestar apoio aos voluntários da “cidade-neve”, se para tal forem solicitados.
Na semana passada, o comandante José Flávio, dos BVC, admitiu que a corporação local não tem meios disponíveis para combater os fogos noutros concelhos, pelo que avisou a vizinhança de que não deverão prestar auxílio neste Verão. «Só poderemos disponibilizar um PSL, com capacidade para 400 litros. Caso contrário, estaríamos a desestabilizar o município», afirmou durante a comemoração dos 131 anos dos “soldados da paz” covilhanenses. Confrontados com estas declarações, os comandantes dos bombeiros da Guarda, Gouveia, Manteigas e Sabugal não se mostraram muito preocupados e prometem intervir na área da Covilhã se os seus colegas precisarem de ajuda. Luís Santos, comandante dos voluntários da Guarda, começou por dizer que a corporação também tem poucos meios disponíveis – apenas três viaturas de combate a incêndios florestais. «O que não nos impede, em caso de incêndio, de prestar auxílio à Covilhã», garante, assumindo que isso «é uma questão de princípios e de solidariedade». Em Gouveia, Carlos Soares, segundo comandante dos bombeiros locais, admitiu não estar em condições de comentar as afirmações de José Flávio, mas sempre vai dizendo que os covilhanenses poderão contar com o apoio da corporação da “cidade-jardim”, que celebra este fim-de-semana o seu 102º aniversário.
«A nossa missão é ajudar as populações em risco», sublinhou. Esta corporação dispõe de cinco viaturas para incêndios florestais, todas elas com vários anos de serviço, «é o que temos e é com isso que temos que trabalhar», lamenta. Em relação a meios humanos, há em Gouveia dois piquetes a tempo inteiro, com dez bombeiros cada, dois Grupos de Primeira Intervenção (GPI) com doze bombeiros e entre 20 a 30 homens disponíveis ao toque da sirene. Igualmente prontos a ajudar estão os voluntários manteiguenses, como refere o comandante Joaquim Saraiva: «Vamos se pedirem auxílio, mas temos que ser convocados», esclarece. Até 30 de Setembro, este comando tem disponíveis, três grupos de combate a incêndios e duas viaturas. Mais preocupado parece estar o comandante dos bombeiros de Belmonte. António Leitão mostra-se «compreensivo e solidário» com os colegas da Covilhã, visto que «eles perderam um carro ao serviço do distrito, que deveria ter sido reposto e não foi». No entanto, aquele responsável confessa que a sua indisponibilidade para actuar nos concelhos vizinhos «é algo que me preocupa bastante, pois somos poucos bombeiros em Belmonte e seremos bastante afectados», receia, lembrando que a Covilhã é o concelho mais próximo.
Porém, os “soldados da paz” da vila mostram-se disponíveis para ajudar: «A nossa missão é socorrer seja quem for», afirma o comandante. Actualmente, a corporação tem ao seu dispor duas equipas de combate e quatro dispositivos móveis, sendo um deles um auto-tanque com capacidade para 6.000 litros de água. Quem não faz comentários ao caso é Joaquim Bogas. Após ler a notícia da última edição de “O Interior”, o comandante dos bombeiros do Sabugal entende que «tais declarações não merecem comentários depois de vermos os subsídios que eles recebem». Para esta campanha, a corporação tem disponíveis três carros de combate a incêndios, um deles com 22 anos, mas nem assim rejeita ajudar os vizinhos da Covilhã.