Para além de ser o fundador da cidade mais alta, D. Sancho é oficialmente, desde a semana passada, o nome do “Bolo da Guarda”, por ter sido a opção mais votada entre as três que o município colocou a votação no seu site. Na apresentação do bolo e da confirmação do seu nome, que O INTERIOR já tinha avançado na última edição, o presidente da Câmara da Guarda salientou a importância da cidade passar a ter um doce típico.
A receita da pastelaria Cristal 98 de um folhado com recheio feito de calda de açúcar, gema de ovo e queijo da Serra, ganhou o concurso promovido pela autarquia, cujo objetivo foi o de fomentar a «inovação, a criatividade e o sentido empreendedor para a criação original de um bolo com cunho regional». Álvaro Amaro felicitou a pastelaria vencedora, bem como a “Orquídea”, por ter sido a que indicou a designação D. Sancho, e ainda as restantes 11 que aceitaram o repto do município. O edil salientou que esta iniciativa «não é nenhuma brincadeirinha», vaticinando que seja «algo que se pode vir a tornar muito interessante» no futuro. «Espero que todos o vendam. O preço era bom que fosse o mesmo em todas as pastelarias mas cada um é livre de fazer o que quiser», salientou o autarca. «Eu quero é que todos possam, amanhã, ter a possibilidade de comer este bolo em todas as pastelarias que queiram confecioná-lo», frisou. A opção D. Sancho obteve 33.983 votos, seguindo-se “Anjo da Guarda”, com 29.780, e “Cristalino”, com 2.092 votos. O presidente do município realçou a afluência «impressionante» registada no processo de escolha do nome do bolo, tendo havido cerca de 66 mil clicks feitos por, «pelo menos, 20 mil pessoas». Durante a cerimónia, Álvaro Amaro entregou um cheque de 500 euros à pastelaria vencedora e cheques de 100 euros e certificados de participação aos restantes 12 concorrentes, tendo a receita do bolo vencedor sido cedida a todos os concorrentes. O presidente da Câmara da Guarda anunciou ainda que «o bolo será registado como propriedade do município com o nome de D. Sancho».
Aos proprietários de restaurantes que marcaram presença na cerimónia, Álvaro Amaro lançou dois reptos. Primeiro, que «promovam o D. Sancho como sobremesa», e em segundo lugar que até ao verão do próximo ano mostrem interesse em «incentivar» a criação de um festival de gastronomia na cidade. Desde que a Cristal 98 foi anunciada como vencedora do concurso que o D. Sancho tem sido um sucesso. Está à venda por 90 cêntimos e quem, como o presidente da Câmara não gostar de queijo, também pode comprar uma versão feita apenas com os outros ingredientes. Sandra Almeida, a proprietária da pastelaria, adiantou que o novo bolo «tem tido bastante saída» e que «esgota quase sempre todos os dias», sendo procurado por «muita gente de fora». Natural de Aveiro, a empresária frisa que o D. Sancho é um bolo «rústico que tem a ver com a cidade, tem uma personalidade da Guarda. Ou se ama ou se detesta». Esta receita é um «agradecimento por tudo o que a cidade fez por mim. É a cidade ideal para criar as minhas filhas», frisou a responsável.
Ricardo Cordeiro
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