Corro para um metro cheio de pressa. Não há moedas nos meus bolsos. Testo uma nota de 5 euros e a máquina recusa. Tento outra máquina. Esta não funciona. Vou à bilheteira e a jovem informa-me que não vende bilhetes. – Ah! Exclamo espantado, mas está numa bilheteira. Mas esta não vende bilhetes. Gelados? Sandes? Indignado perante um sorriso compreensivo vou à rua trocar uns cobres. Quem vai ao mar avia-se em terra – dizia o avô. Dois metros depois, estou na Gare do Oriente para apanhar o comboio. Perdido o das 17 tento o das 19. A Estação é inóspita para o vento e a chuva. O tecto muito alto e a ausência de protecções tornam a obra de Calatrava um sucesso arquitectónico e um marco para o desconforto. Faltam acentos fora. Espero algum tempo no piso das bilheteiras, e estas vendem bilhetes, procurando lugar no único café que ali se encontra. Subo à hora e lá está o comboio Alfa. Só que está em manobras por avaria na máquina. Vem outra de Sta. Apolónia e tudo recomeça às 20. Mais uns minutos corridos e algum atraso recuperado, estamos parados no meio de magnífica paisagem “Avaria na catenária”. Muito bem, vou para o bar. Às 21 horas recomeça a questão. Acabo por chegar a Coimbra depois das 22 horas. Não foi um dia feliz.
Por: Diogo Cabrita