O secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, admitiu terça- feira em Trancoso haver «disponibilidade» do Governo para dialogar com os hoteleiros que reclamam a retirada da concessão à Turistrela do turismo na Serra da Estrela. Apesar de não conhecer «em particular» as queixas dos quatro hoteleiros, nem ter conhecimento da audiência que estes solicitaram, o governante disse apenas estar receptivo a «acarinhar todos os projectos que existam na região para que a Serra da Estrela se possa afirmar no panorama nacional e internacional».
Bernardo Trindade admitiu igualmente a possibilidade de «haver a intervenção de mais protagonistas para cumprir esse desígnio». No entanto, nada referiu quanto à possibilidade de retirar a concessão cedida há mais de 30 anos à Turistrela. O que importa para o secretário de Estado é que «haja mais empresários que queiram investir com qualidade» na zona: «Tudo aquilo que diga respeito à valorização desta região de turismo terá naturalmente o sentimento positivo deste Governo», assegurou. Recorde-se que o empresário Luís Veiga e mais três hoteleiros de Belmonte, Seia e Fundão exigiram o fim da concessão à Turistrela para que o investimento na serra seja aberto a qualquer empresário, acusando a concessionária de ser um «entrave enorme ao desenvolvimento da serra».
O empresário está convicto de que Sócrates estará sensibilizado, até porque afirmou em tempos num artigo «que a serra era uma bandalheira». «Quando a Turistrela era uma empresa impávida e ineficaz nunca houve polémicas», criticou por sua vez Jorge Patrão. O presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela lembrou e resto que a serra está «aberta a outros investidores», pois a sua área «é mais vasta do que a da concessão». Quanto ao casino, Bernardo Trindade confessou que o diploma será submetido a uma reflexão junto de um conjunto de intervenientes. «O Governo dará uma palavra sobre o assunto, mas a seu tempo», prometeu.
