Arquivo

Beralt Tin procura accionista para as minas

Novo investidor é encarado como a “tábua de salvação” para o desenvolvimento das minas da Panasqueira

Falhada a possibilidade do Governo prolongar o Fundo de Garantia Salarial por mais alguns meses, a direcção da Beralt Tin & Wolfram busca agora um parceiro económico que invista no desenvolvimento das Minas da Panasqueira. «A Beralt Tin & Wolfram está numa encruzilhada: precisa de um financiador ou de apoios de uma associação, como o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento (IAPMEI) ou a Agência Portuguesa para o Investimento (API), para se poder desenvolver. Por si só não conseguirá arranjar esses fundos», explica Fernando Vitorino, director-geral da empresa concessionária das minas da Panasqueira.

O prolongamento do apoio do Estado – que surgiu após a ameaça da direcção de suspender a laboração face às quebras de mercado e do dólar no início deste ano – era visto pela empresa como uma solução para superar a desvalorização do dólar face ao euro, ao mesmo tempo que continuariam a investir em nova maquinaria para explorarem novos filões e galerias. Recorde-se que durante os seis meses de apoio do Governo (de Fevereiro a Julho), a Beralt Tin & Wolfram conseguiu aumentar a produção em Julho para as 141 toneladas, superando assim o prejuízo de 360 mil euros de Janeiro de 2004, quando apenas se conseguiu extrair 70 toneladas de volfrâmio. A existência de um novo accionista é encarada agora como a “tábua de salvação” da empresa para poder «injectar dinheiro no desenvolvimento da mina», nomeadamente na aquisição de maquinaria “low-profile” para abrir novas galerias, rampas e inclinações para a exploração de novos filões. É que apesar do preço do mercado estar a reagir positivamente em comparação a 2003, «é impensável atingir valores como o de Julho sem novas estratégias de desenvolvimento da mina», sustenta Fernando Vitorino.

Para dificultar ainda mais a sobrevivência do complexo, os contratos celebrados até 2006 em dólares (única moeda aceite no mercado do volfrâmio e de todos os minérios) têm «penalizado bastante» a empresa em termos financeiros. «Quando assinámos o contrato até 2006 não prevíamos a descida do dólar, pelo que não incluímos qualquer cláusula que pudesse converter o preço em euros perante essa desvalorização», explica o director-geral, que adianta haver quebras de receitas na ordem dos 36 por cento após conversão dos dólares em euros. Entretanto, a Beralt Tin & Wolfram deverá receber este mês a última máquina “low profile” adquirida em sistema de “leasing” para manter bons níveis de minério extraído. As outras três perfuradoras e carregadoras, de dimensões reduzidas, já chegaram ao complexo mineiro, permitindo manter uma média de produção de 135 toneladas de volfrâmio por mês.

Sobre o autor

Leave a Reply