A violência que tanto fascina os portugueses vem normalmente com nomes estrangeiros e, por isso, dilui a sua importância e o peso do seu real no nosso meio. Ou a imprensa de há anos não relatava os casos semelhantes, ou vivemos nos últimos anos uma catástrofe real. Recordo uma série de crianças barbaramente assassinadas, vejo este “serial killer” de Sta. Comba, os crimes recentes sobre polícias e presumo que o “iceberg” seja profundamente imenso. Portugal com menos habitantes que S. Paulo, cidade do México, Paris, Nova York, equipara-se em volume de crime? Afinal o Belzebu vive também aqui? Será que é mais brutal viver em pequenos meios e em ambientes familiares que na grande urbe? Parece ser real que a maior parte dos crimes, tanto nas cidades como no campo, são entre pessoas relacionadas. Será que a diminuição dos laços familiares nas grandes metrópoles diminui o crime pela facilidade de soluções? Nos pequenos meios como pode fugir a ofendida? Onde se esconde o envergonhado? Que emprego e que abrigo se procura entre vinte casas? O belzebu parece ter um terreno mais fácil na aldeia que em Paris. Da desilusão ao tiro é uma distância curta por aqui. Se calha estou enganado, e tantos crimes são afinal poucos, e típicos de sermos gente que não chegou a ser pessoa.
Por: Diogo Cabrita