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BeiraArtesanato não agradou a todos

Expositores com opiniões divergentes da mostra, mas o público gostou da iniciativa

O Nerga recebeu no passado fim-de-semana a 14ª edição da BeirArtesanato e o 6º Festival Beirão. Este ano com a novidade da entrada ser livre, contou ainda com a mostra de produtos tradicionais do concelho e reuniu mais uma vez um conjunto de expositores não só do distrito, mas também do resto do país.

Foi a terceira vez que Célia Cardoso, natural de Trancoso, participou na BeirArtesanato, apostando nesta edição na divulgação de doces regionais, compotas, doces e conservas de frutos. O objectivo era «alertar» os visitantes para os produtos naturais que se produzem na zona, explica, referindo que «hoje em dia, as pessoas só consomem a chamada “comida de plástico”, produtos enlatados e conservas. Os nossos produtos são naturais, não têm conservantes, são só os frutos e açúcar, mais nada». Quanto às perspectivas de venda e à receptividade por parte do público, Célia Cardoso não se mostrou optimista: «O Nerga oferece muito melhores condições do que outras entidades, mas tem a desvantagem de estar muito afastado da cidade, o que faz com as pessoas tenham que vir de propósito ou então não vêm e isso reflecte-se inevitavelmente nas vendas». Já Ana Pais veio de Albergaria-a-Velha expor pela primeira vez na BeirArtesanato para mostrar um trabalho pouco visto na região, a pintura em tecido. «Nós fizemos um curso de pintura em tecido e não queríamos que o nosso trabalho ficasse escondido ou só fosse divulgado na zona de Albergaria-a-Velha», conta a artesã, que se mostrou bastante satisfeita com a adesão das pessoas ao certame e ao seu trabalho: «Têm mostrado muito interesse porque é uma novidade, ficam maravilhadas com as cores e os desenhos nas mais variadas peças de tecido», garante.

Quem também gostou do que viu no pavilhão do Nerga nesta edição da BeirArtesanato foi Maria de Lurdes Sousa, 42 anos, natural da Guarda, para quem este tipo de eventos «trás vantagens, não só para a cidade, mas também para os expositores». Confessa, de resto, ter feito «questão» de vir até ao parque industrial para ver «o que de bom produzem os nossos artesãos e, desta maneira, ajudá-los também a divulgar as suas peças». A começar pelos produtos trazidos de Trancoso por Célia Cardoso, que Maria de Lurdes Sousa provou e aprovou. «Se não fosse este evento não os conhecia, mas a partir de agora vou passar a comprar estes produtos e aconselhá-los aos meus conhecidos», garante. Por sua vez, Catarina Lopes, 35 anos, natural da Guarda, revelou ter encontrado na feira produtos «muito interessantes e de grande qualidade que desconhecia». O que mais lhe agradou foram as pinturas em tecido de Ana Pais, pois «é um trabalho muito bonito, vou comprar algumas das peças e pedir para pintarem algumas específicas para a minha filha».

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