Por: Américo Brito
Foi nos primeiros dias do mês de junho de 1385 que se deu a Batalha de Trancoso, um dos combates mais importantes da guerra pela independência de Portugal contra as ambições castelhanas. Já no ano anterior Trancoso e outros castelos haviam tomado voz pelo Mestre de Aviz, tornando-se assim no alvo preferido do inimigo.
Entretanto, o rei de Castela continuava a preparar a invasão a Portugal e foi ordenada a grande invasão com entrada pela Beira. E foi junto à Igreja de São Marcos que as tropas de João Rodrigues de Cantanheda, com 400 homens de armas, enfrentaram os castelhanos, em muito maior número. Estes, exultados pela vantagem numérica, avançaram rapidamente. Reagrupados os portugueses, e usando uma estratégia diferente do habitual – desmontaram dos cavalos e todos foram peões ao ataque – atacaram os cavaleiros adversários com valentia e, na numa batalha que durou todo um dia, desbarataram os castelhanos. Segundo o cronista Fernão Lopes, foi a «melhor ferida batalha entre Portugueses e Castelhanos de quantas houveram em toda a guerra». Graças a esta vitória, os portugueses tomaram consciência da sua força, obrigando os castelhanos a deixar o vultoso saque que o inimigo amontoara antes.
