O vice-presidente da Câmara da Guarda e vereador com o pelouro da Cultura expressou «solidariedade» a Jorge Barreto Xavier, que se demitiu na passada sexta-feira do cargo de director-geral das Artes por divergências com a ministra da Cultura Gabriela Canavilhas.
«Sei o que queria fazer para esta área em Portugal, nomeadamente na implementação da rede nacional de cine-teatros, e não se tratava de gastar mais dinheiro», disse Virgílio Bento, no final da reunião de Câmara na última segunda-feira. Jorge Barreto Xavier demitiu-se devido a «divergências sobre o modo de desenvolvimento das políticas de apoio às artes com a ministra da Cultura» e numa altura de grande contestação por parte dos artistas e criadores nacionais de várias áreas. Em causa estão cortes orçamentais de 10 por cento nos apoios do ministério aos artistas independentes, às fundações e a outros agentes culturais. Em comunicado, o gabinete de Gabriela Canavilhas manifestou «grande satisfação» por esta demissão, sublinhando a «ineficácia» e as «dificuldades» do responsável no desempenho do cargo.
Jorge Barreto Xavier, 44 anos, tinha sido nomeado em Abril de 2008 pelo ministro de então José António Pinto Ribeiro. Viveu e estudou na Guarda antes de se licenciar em Direito pela Universidade Nova de Lisboa. Especializou-se em gestão na área das artes, foi vereador da Cultura na Câmara de Oeiras e dirigiu durante vários anos o Clube Português de Artes e Ideias, que fundou nos anos 80. O seu substituto é João Aidos, que, segundo a tutela, tem uma «vasta experiência e reputação no meio cultural português, ligado a inúmeros projectos no âmbito da Rede Nacional de Teatros e Cine-Teatros, gestor, programador, produtor e engenheiro projectista com profunda ligação à rede e tecidos culturais em todo o território nacional»