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“Balde de água fria” ao cair do pano

Mileu cedeu empate caseiro com “aflito” Sabugal depois de ter estado a ganhar por duas bolas a zero

O Mileu-Guarda voltou, de forma inesperada, a desperdiçar pontos em casa e de novo com um adversário da cauda da tabela. Depois de ter estado a perder por dois golos de diferença, o Sporting do Sabugal, antepenúltimo, conseguiu reagir e marcou o tento da igualdade já em período de descontos, com um espectacular golo de Tó Zé. Este empate penaliza a ineficácia da formação guardense.

A primeira parte foi toda dominada pela equipa da casa que não deu liberdade ao Sabugal para explorar a velocidade do rapidissímo Ricardito. A primeira oportunidade aconteceu aos 14’, numa jogada individual de Chico que recebeu a bola no lado direito e, depois de fintar um adversário, rematou ao lado. Com a defesa visitante a conceder espaço, o Mileu aproveitou para inaugurar o marcador. Aconteceu aos 18’, por Ricardo, na sequência de uma jogada de insistência do ataque local. Fredy ainda defendeu o primeiro remate de Chico, mas a defensiva raiana não foi suficientemente lesta a afastar o esférico, surgindo o defesa-direito a desviar para o fundo das redes. No minuto seguinte, Bobô apareceu em excelente posição na esquerda para ampliar a vantagem, só que o remate saiu perto do poste. Aos 33’, Chico voltou a desenhar uma boa jogada pelo flanco direito, mas, depois de passar por dois adversários, optou pelo remate de ângulo muito reduzido quando tinha vários companheiros em melhor posição. No reinício, apesar das duas mexidas feitas por Vinhas, o Mileu continuou a mandar no encontro.

E foi com alguma naturalidade que a turma da Guarda chegou ao segundo golo, na conclusão de uma excelente jogada, aos 55’. Tiago combinou bem com Stromberg, que cruzou para o segundo poste onde Bobô subiu mais alto que toda a gente e cabeceou para o fundo das redes. No entanto, depois de conquistar esta vantagem confortável, o Mileu permitiu que o Sabugal reduzisse e a partir daí “abanou”. O 2-1 chegou aos 59’, através do “gigante” Carlos Eduardo que cabeceou certeiro após um livre da esquerda. Os raianos acreditaram então no empate e apostaram mais no ataque, mas foi o Mileu que esteve perto de ampliar aos 71’, por Tiago. O ponta-de-lança desembaraçou-se de forma excelente de Luís Afonso à entrada da área, mas depois, em óptima posição, rematou fraco e denunciado, permitindo a defesa a Fredy. Na resposta, aos 79’, o Sabugal desperdiçou uma boa oportunidade para empatar. Nuno Marcos “chamou a si” três adversários, assistiu Ricardito, que “fugiu” pela direita e cruzou para a área onde Pedro Pernadas, já na pequena área e com tudo para fazer golo, acertou mal na bola que saiu rente ao poste. Não foi desta, mas alguns minutos depois. No terceiro dos quatro minutos de desconto, o Sabugal marcou mesmo, através de um livre directo à entrada da área, em zona frontal. Chamado a marcar, o “especialista” Tó Zé cobrou a falta de forma espectacular, fazendo a bola entrar no ângulo superior direito da baliza de Nuno Morais, que sofreu dois golos, sem fazer uma defesa digna desse nome. O trio de arbitragem, comandado por Camões Barros, fez um trabalho aceitável.

No final, Liberalino Almeida, técnico do Mileu, lamentou as ocasiões desperdiçadas: «Controlámos o jogo, mas depois do 2-0 a equipa descontraiu um pouco e o Sabugal, como lhe competia, criou dificuldades. A culpa do empate é de nós próprios porque tivemos oportunidades para marcar mais golos, mas não as conseguimos concretizar», lamentou. Já, Vinhas, treinador do Sabugal, ficou satisfeito com a obtenção de um resultado «saboroso e justo», não conseguindo encontrar «explicação» para o mau lugar que a equipa ocupa atendendo ao bom futebol praticado.

Ricardo Cordeiro

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