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“Baby boom” na Guarda contra a crise

A maternidade guardense teve 27 nascimentos numa semana, um dos quais foi uma opção de um casal a residir no Algarve, mas com “raízes” em Trancoso

As “mãos” e as camas foram poucas para receber o inesperado “boom” de partos que transformou a rotina da maternidade da Guarda de 9 a 16 de março, período em que nasceram 27 bebés – 11 dos quais no fim de semana. A semana “atípica” do serviço de obstetrícia do Hospital Sousa Martins levou a que fossem chamados mais profissionais e “emprestadas” camas por outros serviços.

Este aumento inesperado deu uma nova vida a um serviço que, tal como acontece na generalidade do país, tem visto nascer cada vez menos crianças. «A maternidade esteve ao nível do “boom” de nascimentos, pelo que não tivemos qualquer problema, nem a nível de mães nem de recém-nascidos», refere Cremilda Sousa, médica e diretora do serviço de obstetrícia da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda. «Correu tudo bem e ficámos muito satisfeitos por ter tantos bebés, pois é assim que queremos ver a maternidade», sublinha a diretora. Mas o volume de partos abrandou logo na semana seguinte: «Ainda bem, se não…», confessa Cremilda Sousa, entre risos.

Contas feitas, em 2014 já nasceram na cidade mais alta entre «140 a 145 bebés, mais uns 20» do que nos primeiros meses do ano passado, estima a médica. O “baby boom” ainda não tem explicação científica ou outra. O que se sabe é que os partos correram bem. «Nasceram praticamente todos nos termos, espontâneos, à exceção de um bebé prematuro, que são casos que não têm explicação», afirma Cremilda Sousa. A generalidade dos pais eram do concelho da Guarda, mas entre os 27 nascimentos já se conta uma mãe de Vila Nova de Foz Côa, cujo centro de saúde voltou a integrar a ULS da Guarda desde o dia 6. Também um casal a residir no Algarve, mas com “raízes” em Trancoso, escolheu a cidade mais alta para o nascimento do seu bebé.

Trata-se de um capítulo feliz nos anos recentes da maternidade guardense, que este ano esperou quase 42 horas para receber o primeiro bebé de 2014, pelo que a diretora do serviço de Obstetrícia espera agora que este seja «um bom presságio para os números do final do ano». Há dois anos consecutivos que o número de partos nesta unidade decresce, tendo-se registado uma quebra na ordem dos seis por cento no ano passado, depois de, em 2012, quando nasceram 616 bebés, se ter verificado uma descida de 9,5 por cento face a 2011, o último ano em que a maternidade apresentou uma subida, desta feita na ordem dos 10 por cento.

Sara Quelhas «A maternidade esteve ao nível do “boom” de nascimentos», defende Cremilda Sousa

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