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Aves com “voos” controlados na Guarda

Vendedores do Mercado Municipal já foram avisados da medida que proíbe a venda de aves, estando prevista uma fiscalização nos dias de mercado

Os responsáveis veterinários dos 25 Estados membros deram luz verde, na passada terça-feira, à proposta da Comissão Europeia de embargo, até 30 de Novembro, às importações comerciais de aves. Também já tinham sido proibidos os mercados avícolas, espectáculos, exposições e eventos culturais que utilizam aves. Na Guarda, os vendedores do Mercado Municipal já foram avisados desta medida. E a preocupação com a gripe das aves também já chegou às lojas de animais que vendem pássaros e, apesar de não se registar uma diminuição na procura, os comerciantes receiam uma quebra a curto prazo. Tudo para reduzir os perigos da propagação da epidemia aviária.

Na passada terça-feira, os responsáveis da Beira Interior estiveram reunidos no Fundão, mas para já vão manter-se as medidas tomadas pelo ministério, ou seja, a proibição das vendas de aves vivas. Os comerciantes do Mercado Municipal já foram avisados desta decisão e mesmo sem vendedores vão continuar a ser feitas vistorias de rotina, às quartas e sábados, por fiscais da autarquia. Já nos estabelecimentos não houve alterações e os proprietários não receberam qualquer aviso, nem vão receber, por enquanto. Segundo Agrela Pinheiro, director-geral de Veterinária e presidente da Comissão de Acompanhamento da Gripe Aviária, assegurou na passada terça-feira em conferência de imprensa «não há nenhum impedimento de venda de aves em estabelecimentos comerciais». O responsável esclareceu que as medidas já adoptadas têm em vista impedir a venda em locais onde não há condições de bio-segurança como, por exemplo, os mercados. Por isso, por enquanto, as feiras e mercados só podem ser abertas com autorização especial da Direcção-geral de Veterinária e depois de analisadas as condições de higiene e segurança, pelos médicos veterinários municipais e pelas direcções regionais da agricultura. Segundo Agrela Pinheiro, tem sido detectada uma «mortalidade anormal em pombos e rolas, mas as análises efectuadas à presença do vírus da gripe aviária têm sido negativas». Para o director-geral de Veterinária, «no âmbito da saúde pública não há motivo para alarme ou preocupação».

Contactado pelo “O Interior” o director da DRABI, Rui Moreira, preferiu não prestar qualquer declaração sobre o assunto. No site da Direcção-Geral de Veterinária encontra-se um aviso sobre a Gripe Aviária, onde se confirma «a ocorrência de gripe aviária de alta patogenicidade provocada pelo vírus Influenza A subtipo H5N1 na Turquia, Roménia e Rússia a Oeste dos Montes Urais». No alerta dado é sugerido ainda que o vírus se tenha propagado da Ásia Central para estes países terceiros através de aves migradouras. A própria Associação Nacional dos Médicos Veterinários sugere que a proibição seja estendida a todo o país já que as aves em exposição nos mercados podem ser contaminadas e comprometer toda a criação de origem no regresso ao aviário. Portugal já tinha posto em prática medidas para evitar contágios das espécies domésticas com aves migratórias. Agora está em acção um plano de contingência nacional.

Patrícia Correia

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