Os primeiros dados de um estudo preliminar sobre a futura rede de Transportes de Alta Velocidade (TAV), encomendado pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Habitação, revela que o troço Aveiro-Vilar Formoso, a construir até 2015, terá uma procura de 1,8 milhões de passageiros e deverá custar 2.100 milhões de euros. Estimativas que colocam o traçado pela Beira Alta, respectivamente, no quarto lugar das expectativas de potenciais passageiros e no terceiro lugar do “ranking” dos custos das quatro linhas previstas em Portugal.
Contudo, esta ligação faz parte das redes transeuropeias e está aprovada pela Comissão, referiu o ministro Carmona Rodrigues, em entrevista ao jornal “Público”, o que garante à partida uma comparticipação de 10 a 20 por cento do investimento total. Para além deste projecto transfronteiriço prioritário, a União Europeia aprovou na última terça-feira mais três, caso das linhas de comboio de alta velocidade (TGV) que ligam Lisboa a Madrid e ao Porto e esta última cidade a Vigo. Uma decisão que vai garantir entre 30 a 40 por cento de financiamento oriundo dos Fundos de Coesão, a que se somarão mais 15 a 20 por cento do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Ao Estado português caberá suportar 10 a 20 por cento do investimento total, calculado em 12,5 mil milhões de euros, segundo as contas do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação, apresentadas segunda-feira aos jornalistas. Durante a divulgação em detalhe do projecto do comboio de alta velocidade, Carmona Rodrigues explicou que o custo de 12,5 mil milhões de euros inclui o investimento em infraestruturas ferroviárias, material circulante, estações centrais e um custo médio da terceira travessia sobre o Tejo.
De acordo com o que ficou decidido na cimeira luso-espanhola deste fim-de-semana, o comboio de alta velocidade, com quatro ligações entre Portugal e Espanha e uma conexão entre Lisboa e Porto, vai começar a ser construído em 2006 e só deve estar totalmente terminado em 2018. O custo médio anual só em infraestruturas ferroviárias deve ascender a um valor entre os 650 e os 800 milhões de euros, afirmou o ministro das Obras Públicas. As parcerias público-privadas serão chamadas a assumir cerca de 15 a 30 por cento do custo total, ao mesmo tempo que o Banco Europeu de Investimento (BEI) financiará uma fatia de 15 a 20 por cento.