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Autoridades passam “ao lado” de possível caso de vespa asiática

Após vários contactos com a GNR e Proteção Civil da Covilhã, Vítor Nunes teve de recorrer à ajuda de apicultores para identificar um ninho de vespas

Ameaçou ser um caso de vespa asiática mas o pior não se confirmou. O alarmante é que as autoridades descartaram responsabilidades e mais de uma semana depois ainda ninguém tinha ido ao local. Tudo começou quando Vítor Nunes se deparou com um enorme ninho de vespas numa arrecadação agrícola, em Peraboa (Covilhã). «Fiquei na dúvida se seria vespa asiática e contactei as entidades que pensava terem competência nesta matéria, mas ninguém fez nada», lamenta o produtor.

Atualmente existe um alerta nacional para este inseto, que aconselha as pessoas a contactarem as autoridades caso encontrem um ninho. É aqui que a saga de Vítor Nunes começa. Começou por ligar para os bombeiros da Covilhã, que o remeteram para a Proteção Civil Municipal, que, por sua vez, o encaminhou para o posto da GNR da Covilhã. Igualmente incapazes de resolver a situação, sugeriram-lhe que ligasse para a GNR de Caria, que patrulha aquela zona. Aqui o empresário agrícola ouviu que o assunto seria com a secção do ambiente e que o caso seria reportado. Passou uma semana e Vítor Nunes não foi contactado. «Com o ninho a crescer todos os dias e eu sem poder entrar na arrecadação, decidi fazer uma participação de ocorrência ambiental na página da GNR, tendo sido informado que a situação teria sido entregue à autarquia, pelo que deveria entrar em contacto com a Proteção Civil», conta.

E o “calvário” recomeçou. Primeiro a Câmara, depois a GNR, e a dúvida por esclarecer. Passada mais de uma semana desde o primeiro contacto, valeu-lhe uma publicação nas redes sociais a relatar o sucedido para que a situação fosse resolvida. É aqui que o difícil parece fácil. Vários apicultores entraram em contacto com Vítor Nunes e disponibilizaram-se para o ajudar. O ninho acabou por ser removido, sem a ajuda das autoridades, mas sim de dois apicultores que tranquilizaram o empresário agrícola, pois tratou-se afinal de vespas crabro, de aparência idêntica à asiática. O telefonema da Proteção Civil municipal chegou quando Vítor Nunes iria proceder à remoçar e destruição do ninho e já depois da publicação nas redes sociais ter atingido as centenas de partilhas, o que levam o produtor de mirtilos a pensar que «talvez tenha sido pela publicação nas redes sociais que fui contactado, porque antes todas as respostas foram negativas».

Indignado, Vítor Nunes lembra que a vespa asiática «é uma praga que pode provocar danos e estas situações não devem ser encaradas de ânimo leve» e acrescenta que «as autoridades deviam dar uma primeira ajuda, ajudar a identificar».

Ninhos de vespa asiática detetados no Fundão

No concelho do Fundão foi recentemente confirmada a existência de ninhos de vespa asiática, que, segundo a autarquia, «foram imediatamente destruídos numa ação concertada entre o município, a Pinus Verde e o SEPNA da GNR».

Tendo em conta que se trata de uma espécie invasora, nefasta para a apicultura, gerando quebras significativas de produção das abelhas melíferas, e sendo bastante agressiva quando perturbada, a autarquia alerta para «o reforço da atenção e vigilância na deteção deste tipo de ninhos». Nesse caso devem ser contactadas a GNR do Fundão (275 759 030) ou o Serviço Municipal de Proteção Civil (275 779 060). A vespa de patas amarelas, também conhecida como vespa asiática, vespa velutina, é predominantemente preta com uma ampla faixa laranja no abdómen e uma faixa amarela no primeiro segmento. Mede entre 17 a 32 milímetros.

Ana Eugénia Inácio Ninho de vespa crabro no interior de uma arrecadação

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