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Autárquicas – Debate televisivo

Assisti ao debate televisivo transmitido na segunda-feira dia 13 de Setembro na RTP 1. O debate, infelizmente, não me surpreendeu, pois os actores não conseguiram desempenhar um bom papel. Foi aquilo que já se esperava, 3 contra 1. Começou com as baterias apontadas para o candidato do PS e, assim acabou. Se o debate foi assim, com o actual candidato do PS, Eng.º Joaquim Valente, pergunto-me como teria sido com a Dra. Maria do Carmo Borges. Digo isto, porque os candidatos da oposição passaram o tempo a falar dos 31 anos de “ditadura” do PS, e assim se pode dizer que o actual candidato do PS levou por tabela, como se fosse o responsável pelas críticas de má gestão socialista que foram apresentadas no debate.

Há um facto inegável, quem se encontra em pior posição é o Eng.º Valente, pois ele é que está nos “cornos do touro” e, tem que defender os erros do passado e de terceiros. Relembro que o Eng.º. Valente fez parte do executivo camarário, como vereador, no anterior mandato, onde lhe foi, e é, reconhecido um bom desempenho das funções que lhe cabiam. Por isso, reconheço-lhe maior coragem que a qualquer outro dos actuais candidatos.

Que ideias, estratégias e planos de desenvolvimento concretos, foram apresentados no debate? Diga-se, em boa verdade, que o debate não teve grandes oportunidades para que os candidatos apresentassem os seus programas. No entanto, do pouco que se abordou, poderei dizer o seguinte. O candidato da CDU, Dr. Aires de Antunes Diniz, não apresentou rigorosamente nada. O candidato do CDS, Eng.º Joaquim Canotilho, igual a ele próprio, natural e frontal, mostrou que terá algumas ideias e, acima de tudo, vontade de mudar algo, defendendo sobretudo uma gestão autárquica com maior transparência e maior informação aos munícipes. A candidata do PSD, Dra. Ana Manso, criticou, criticou, mas não se percebe quais os planos de fundo que defende para o concelho e para a cidade. O candidato do PS foi aquele que parece ter as ideias, as estratégias políticas e de desenvolvimento mais esclarecidas, deixando antever que poderá apresentar soluções concretas, de fundo e globais, que poderão representar uma mais valia para o concelho.

De referir que é lamentável que o debate se tenha desenrolado pelas questões do hospital, da PLIE, do Polis e do “iglódromo” do Polis, não tendo sido tratados outros assuntos, porventura mais importantes. Que se tenha perdido, por ataques pessoais e por “mesquinhices”, ainda por cima mal documentadas. Aqui refiro-me concretamente aos candidatos do CDS e do PSD, que se encontram mal documentados em relação ao candidato do PS. Não parece que seja admissível que Eng.º Canotilho não saiba qual o cargo e responsabilidades que o Eng.º Valente ocupa no Polis, uma vez que lhe foram feitas tantas críticas. Ainda menos admissível, é o facto da candidata do PSD, Dra. Ana Manso, que nestas eleições joga a sua carreira política em termos autárquicos, teça críticas e afirmações de que o Eng.º Valente faça ou fizesse parte, até recentemente, da sociedade do Parque Industrial – SODESIGAL, e que não saiba que o mesmo nunca foi funcionário da Câmara Municipal da Guarda, que só foi vereador, é lamentável, sobretudo sendo vereadora e representante do maior partido da oposição, tendo uma responsabilidade acrescida de quem se espera mais e melhor.

Todos sabemos que a Guarda poderia e deveria estar mais avançada, não é novidade para ninguém, mas penso que, em vez de falarem no passado, será muito mais importante que todos os candidatos falem do futuro dos projectos. Que cada candidato respondesse à seguinte pergunta: Como será a Guarda daqui a 4 anos?

Um leitor devidamente identificado junto da direcção

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