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Autarquia organiza protesto em defesa da maternidade da Covilhã

Manifestação contra o possível encerramento do bloco de partos está marcada para a Praça do Município

A população covilhanense está a ser convocada pela autarquia para se manifestar contra o eventual encerramento do bloco de partos do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB). A manifestação, agendada para 22 de Abril, pelas 15 horas, na Praça do Município, é o novo passo da Câmara da Covilhã no que toca à defesa da maternidade. Há algumas semanas o executivo aprovou uma moção de repúdio e colocou uma tarja de indignação na fachada dos Paços do Concelho, com o intuito de mobilizar a população para o protesto público. Uma faixa que, de resto, ainda se mantém no edifício camarário.

Esta acção pública pretende demonstrar ao Governo que a população «está unida» e que «não admitirá o encerramento da maternidade», salienta Carlos Pinto. Até porque, a seu ver, o fecho da sala de partos apenas colocará «em causa a dignidade e a saúde das mulheres e crianças do concelho». O apelo que está a ser lançado aos covilhanenses tem como fim «fazer recuar o Governo» na intenção de encerrar a maternidade local. «A Câmara está atenta a este problema, mas é preciso que todas as pessoas se incorporem neste sinal que tem que ser dado ao Governo», desafia o edil, lembrando que a defesa deste serviço é uma tarefa de «todos», pois a Covilhã «não pode ficar sem a sua maternidade no hospital universitário». Tal como tem referido ultimamente, Carlos Pinto considera «inadmissível» formar médicos da Faculdade de Ciências da Saúde num hospital sem maternidade, depois de todo o investimento feito no CHCB em meios humanos e técnicos.

A defesa pela maternidade só se fez sentir a partir de meados de Março, altura em que o autarca terá tido a confirmação de que, das três maternidades da região, seria a da Covilhã a encerrar portas. Uma opinião de que Serra dos Reis discorda, garantindo que a Covilhã «não sairá prejudicada». Por isso, o vereador socialista votou contra a acção de rua, considerando não haver motivos para se fazerem manifestações «perante cenários hipotéticos». Se realmente vier a fechar, então estará «na linha da frente», prometeu. Para Miguel Nascimento, também eleito pelo PS, «não faz sentido que a maternidade encerre ou que venha a perder influência», já que se trata de um hospital «novo e bem equipado». Dizendo acreditar na sua continuidade, o vereador absteve-se e criticou a actual «agitação» da autarquia quando, no Governo PSD/PP, «esteve remetida ao silêncio». Quem deverá juntar-se à manifestação será a concelhia do PSD e a JSD, que na semana passada saíram em defesa da maternidade, e também o PCP, que tem realizado algumas iniciativas de protesto.

Liliana Correia

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