O presidente da Câmara da Covilhã atribuiu aos autarcas socialistas da Guarda e Castelo Branco a responsabilidade pelo impasse existente na Comunidade Urbana das Beiras.
A acusação, feita na última reunião do executivo, pretende apelar para «um entendimento» entre Maria do Carmo Borges e Joaquim Morão, uma vez que as quezílias pessoais estão «a pôr em causa a criação de uma comunidade com uma base política forte», capaz de se «equiparar» ao que está a ser construído noutras zonas do país e ter «impacto no espaço europeu», alerta Carlos Pinto, que teme a desintegração da Comunidade Urbana das Beiras (ComUrb) por causa de rivalismos antigos. Recorde-se que há cerca de duas semanas atrás, a ComUrb foi posta em risco quando os municípios a Norte da Cova da Beira (Guarda, Manteigas, Pinhel, Sabugal, Mêda, Trancoso, Figueira de Castelo Rodrigo, Celorico da Beira e Almeida) ameaçaram abandonar a ComUrb e formar uma associação intermunicipal por não quererem agregar-se aos municípios a Sul da Gardunha. Para Carlos Pinto, está na altura dos autarcas perderem a «visão de paróquia» e entenderem que a Beira Interior só pode reivindicar e exigir recursos à administração central se tiver uma Comunidade Urbana «com credibilidade» e uma «gestão profissional». Algo que só pode acontecer se a Comunidade Urbana das Beiras reunir o máximo de municípios dos dois distritos.
«De outra forma, evidentemente que não sairá nada que nos permita mudar as respostas da administração central quanto a recursos», avisa, considerando ainda que tal irá impossibilitar o «reforço da capacidade competitiva da região e a criação de infraestruturas e equipamentos». Carlos Pinto rejeita as comunidades intermunicipais, pois «não servem para nada» sendo estruturas «fragilizadas e pequenas», sem qualquer força de reivindicação. «Tudo o que se constituir sem esses municípios, evidentemente que não têm qualquer significado», insiste o edil, lamentando que os autarcas se agarrem a um sistema «velho». No dia 30, “O Interior”, a Rádio Altitude e a Rádio da Covilhã vão tentar dar um contributo para esclarecer esta questão através de um debate que vai contar com a participação do secretário de Estado da Administração Local, Miguel Relvas, Carlos Pinto, Maria do Carmo Borges, o deputado Joaquim Pina Moura e o economista Pedro Guedes de Carvalho, professor na UBI e responsável pelo Projecto da marca “Serra da Estrela”. O debate terá lugar no auditório municipal da Guarda, nos Paços do Concelho, pelas 21 horas.