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Autarcas abandonam comissão directiva do Douro Internacional

Protesto contra plano de ordenamento sobe de tom em Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Miranda do Douro

Os quatro autarcas do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) abandonaram a comissão directiva da área protegida em protesto contra a aprovação do plano de ordenamento que contestam e querem ver revogado. Esta tomada de posição foi assumida numa reunião conjunta, na semana passada em Freixo de Espada à Cinta, e transcrita para um documento que já foi enviado ao primeiro-ministro, José Sócrates, e ao ministro do Ambiente, Nunes Correia. A comissão directiva é constituída por três elementos, um representativo do parque, outro do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) e o terceiro dos municípios que integram a área protegida: Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Miranda do Douro (distrito de Bragança), e Figueira de Castelo Rodrigo (distrito da Guarda). No documento, os autarcas mostram também disponibilidade para reabrirem a discussão sobre o plano de ordenamento, aprovado em Conselho de Ministro a 5 de Junho. E lembram algumas das posições «ignoradas» pelo Governo, nomeadamente no que diz respeito à exploração da albufeira do Douro para fins turísticos e ao parecer vinculativo do ICN e direcção do parque sobre as intervenções no território. «Não aceitamos que venha alguém de Lisboa ensinar-nos a governar a paisagem que foi construída por nós. Se ela é bonita, foram as gentes da terra que a construíram e preservaram e não as de Lisboa», pode ler-se na missiva. O seu objectivo é pressionar o Governo a rever o plano de ordenamento, embora o ministro do Ambiente, Nunes Correia, já tenha dito não haver «qualquer possibilidade de reabrir o processo». O PNDI foi criado em 1998 e é uma das maiores áreas protegidas do país, com cerca de 85 mil hectares.

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