O Conselho Empresarial do Centro (CEC) teme que o aumento do IVA para 21 por cento, em vigor a partir de amanhã, possa vir a enfraquecer as empresas portuguesas, sobretudo no que diz respeito à concorrência espanhola, que passará a beneficiar de um diferencial positivo de cinco por cento em relação a Portugal. A conclusão saiu de uma reunião entre a direcção da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) e o CEC em Viseu, na passada segunda-feira, onde foi discutida a actual conjuntura económica.
A deslocação do consumo para Espanha, sobretudo na Guarda e Castelo Branco, dois distritos transfronteiriços, e o consequente «enfraquecimento» das empresas portuguesas, constitui uma das principais preocupações do presidente do CEC, António Almeida Henriques. Os preços crescentes da energia para fins industriais e a perda de competitividade da indústria portuguesa foram outros dos assuntos enfatizados na reunião, realizada nas instalações da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV). Melhorar a envolvente empresarial e diminuir o peso da burocracia na actividade das empresas foram duas das estratégias apresentadas para contrariar esta tendência de enfraquecimento, fomentando, em simultâneo, um serviço de apoio aos investidores nacionais e estrangeiros . Por outro lado, foram consideradas «medidas urgentes» para captar e apoiar os investimentos produtivos que se pretendam realizar em Portugal. Melhorar o serviço prestado às empresas e combater todos os factores que conduzem à sua deslocação são duas dessas medidas prementes reclamadas pelos empresários da região Centro.
