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Aumento de propinas «é irreversível»

Constantino Rei considera que a decisão não vai prejudicar o IPG, mas Associação Académica admite que agravamento torna o Politécnico «menos atrativo»

O último Conselho Geral do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) aprovou aumentar em 50 euros o valor anual das propinas a partir do próximo ano letivo. Se o presidente da instituição, Constantino Rei, parece irredutível, a Associação Académica da Guarda (AAG) promete defender os interesses dos alunos e procurar outras soluções.

Em 2016/17 as propinas estarão em 950 euros e após cinco anos sem aumentos, «tendo em conta as dificuldades financeiras que o IPG atravessa, não existe outra solução». De resto, o Conselho Geral votou favoravelmente esta proposta, pelo que «não é possível voltar atrás», adianta Constantino Rei. Os problemas causados pela falta de financiamento há muito que foram apresentados à tutela e o presidente do Politécnico já sabe de cor a resposta. «Se eu voltar a falar com o ministro, ele vai dizer-me que tenho um instrumento à mão, no qual posso mexer, e recomenda o aumento das propinas», refere o professor, acrescentando que o instituto guardense tem um défice previsto de 900 mil euros. «Temos de ser responsáveis e já não temos mais forma de diminuir a despesa, só podemos aumentar a receita», sublinha o responsável, que admite que este aumento «não vai resolver totalmente o problema, mas ajuda».

Da mesma opinião não partilha André Barra, que considera que «se este aumento não vai dar um folgo assim tão grande, então não deveria acontecer». Para o presidente da AAG, os 50 euros a pagar a mais no próximo ano letivo só se justificavam «se fosse colmatar o valor em falta no IPG». O dirigente lamenta que a decisão não tenha sido comunicada «de forma atempada» aos estudantes, cujos representantes apenas tiveram conhecimento da subida no Conselho Geral, e adverte para as consequências que este aumento pode trazer para o IPG. «Vamos passar a ser o Politécnico do interior com a propina anual mais elevada, o que pode afastar alunos, na hora de escolher a instituição de ensino, receia André Barra. Na sua opinião, «assim, o IPG não se torna tão atrativo» quando comparando com Viseu ou Bragança, que «têm institutos de boa qualidade e mais baratos».

Um argumento já refutado por Constantino Rei: «Não acredito que haja uma diminuição de candidatos por causa das propinas, pois não há nenhuma relação direta entre o valor das propinas e o número de candidatos. Pelo contrário, as instituições com propina máxima estão cheias», recorda o presidente do IPG. O responsável considera ainda que «nenhum aluno vai deixar de estudar por causa deste aumento», uma vez que «os estudantes carenciados têm bolsa e, dizem as regras, que a bolsa mínima tem de ser no valor das propinas», logo esta também vai aumentar. Para os que não têm bolsa, com a modalidade de pagamento das propinas em dez parcelas, esta «apenas sofre um aumento de cinco euros por mês», refere. Por sua vez, o representante dos alunos considera que «haverá famílias às quais este aumento fará diferença, outras que não».

André Barra lembra também que «muitas vezes as bolsas não estão bem distribuídas». Dizendo-se «descontente», o presidente da AAG reuniu ontem com a presidência do IPG, já depois do fecho desta edição. Constantino Rei mostrou-se aberto ao diálogo e «disponível para explicar todas as dúvidas dos alunos», mas garantiu desde logo que «a hipótese de recuar não está em cima da mesa». Por agora, os estudantes querem procurar alternativas ao aumento e caso a situação não se altere vão reunir a direção para encontrar formas de luta. Entretanto, Constantino Rei – que diz compreender a posição da AAG – já avisou que «há limites para a contestação e é importante não prejudicar a imagem do IPG».

Ana Eugénia Inácio No próximo ano propinas passam de 900 para 950 euros no IPG

Comentários dos nossos leitores
anonimo anonimo@hotmail.com
Comentário:
ACHAM MUITO AUMENTO DE 50 EUROS, MAS SE FOR PARA A BORGA E PARA LUXOS ESTÁ TUDO BEM!!!!!!
 

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