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Aumento de capital da PLIE abortou novamente

Reunião do Conselho de Administração da sociedade teve que ser adiada anteontem por falta de quórum

Já lá vão quase quatro anos que a sociedade Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda tenta sem sucesso o aumento do capital. Uma nova oportunidade abortou anteontem por falta de quórum em mais uma reunião do Conselho de Administração, presidido por Joaquim Valente.

Ficou assim por decidir a necessidade de reduzir o capital social para cobertura de prejuízos e o posterior aumento, bem como a marcação da Assembleia-Geral que deverá deliberar sobre o aumento de capital social dos atuais 50 mil euros para 1,5 milhões, anunciado em 2008. Por enquanto, o mais preocupante é resolver o incumprimento do artº 35º do Código das Sociedades Comerciais, uma vez que a sociedade corre o risco de ser declarada insolvente por o capital social ser inferior aos prejuízos apresentados em 2011 (mais de 80 mil euros). «Estes adiamentos estão a prejudicar a sociedade porque se atrasam decisões importantes. Contudo, ela continua a funcionar, assim como o projeto da PLIE», considerou Joaquim Valente, escusando-se a justificar os prejuízos da PLIE, uma vez que a atividade da sociedade é quase nula – tem sido a autarquia a vender os lotes da plataforma logística. «Os acionistas conhecem as regras das sociedades comerciais», limitou-se a responder a O INTERIOR.

O presidente referiu que os três elementos do CA faltosos «justificaram com impedimentos profissionais» a não comparência na reunião de anteontem. Por isso, a próxima vai ser agendada numa data consensual. «Vou falar pessoalmente com as pessoas para resolvermos a situação e o impasse do aumento de capital», acrescentou.

Mas Joaquim Valente diz estar tranquilo quanto ao futuro, pois «não temos nenhuma desistência dos acionistas fundadores, ainda ninguém manifestou oficialmente essa vontade». Na sua opinião, o que é preciso é «criar condições para que a sociedade funcione melhor e se concretize o aumento de capital», o que só depende dos acionistas, acrescentou. «A crise pode atrasar e inviabilizar essa alteração, assim como uma nova posição acionista em que a Câmara é minoritária face aos privados», admitiu.

A autarquia continua a ser a maior acionista da PLIE quatro anos depois dos parceiros fundadores terem sido solicitados a acompanhar o aumento de capital para 1,5 milhões de euros – um valor já considerado excessivo por Joaquim Valente num contexto de crise. Mas muito poucos se mostraram disponíveis a fazê-lo. O impasse arrasta-se desde então, tendo quase transformado a Sociedade Anónima (SA) numa empresa municipal por a Câmara deter a maioria do capital (63 por cento). Para evitar que a situação se repita, o executivo já aprovou uma deliberação segundo a qual o município só assumirá até 37 por cento do capital social quando se concretizar o aumento. Isto, para forçar os privados a tomar conta do projeto. O CA é constituído pela Câmara, que preside, pela construtora MRG [Manuel Rodrigues Gouveia], a Sociedade Geral (ex-IPE – Investimentos e Participações do Estado), a Joalto e a Gonçalves & Gonçalves.

Luis Martins PLIE corre o risco de ser declarada insolvente por ter prejuízos superiores ao capital social

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