ASTA inaugura novo núcleo residencial

A ASTA – Associação Sócio Terapêutica de Almeida, IPSS localizada na Cabreira do Côa, naquele concelho, vocacionada para pessoas com deficiência mental ou multideficiência, inaugura no sábado o seu terceiro núcleo habitacional. A Casa de São Miguel permitirá o acolhimento de mais cinco internos – ou “companheiros”, como são chamados no seio da instituição.

A inauguração, agendada para as 12 horas, constitui o ponto alto das comemorações do 10º aniversário da associação, que deverão contar com a presença da secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz. O novo núcleo habitacional resulta da reconstrução de uma antiga casa da aldeia, adquirida pela ASTA em 2003 – no mesmo ano em que começaram a ser habitadas as Casas da Oliveira e Cristalina. «A de São Miguel funcionará como uma residência autónoma, o que é uma novidade», adianta Maria José Dinis, directora da instituição, ao explicar que contará, a partir de agora, com «mais de 20 companheiros» em regime interno. No total, são mais de 30 as pessoas que frequentam a instituição, que acolhe sobretudo jovens a partir dos 15 anos.

Esta obra, inicialmente orçada em 77 mil euros, comparticipados em 50 por cento pelo programa PARES e o restante por donativos, acabou por custar mais 20 mil euros, pelo que a responsável vai aproveitar para fazer um pedido a Idália Moniz: «Precisamos de apoio para conseguirmos algum reequilíbrio financeiro», adianta. A ideia é acabar de pagar as obras na Casa de São Miguel e conseguir «alguma ajuda» para a piscina terapêutica. «Faço um balanço positivo destes 10 anos, apesar de ser uma caminhada difícil», afirma a presidente da instituição, para quem a ASTA conseguiu «afirmar-se, implementar a dinâmica socio-terapêutica e socializante pretendida, dinamizar a aldeia e contribuir para atenuar o problema da desertificação».

A associação pretende continuar a sua política de recuperação de casas antigas da Cabreira do Côa para continuar a crescer, até porque «há pessoas de fora da região que querem abraçar o nosso projecto», nomeadamente familiares de pessoas com deficiência, revela Maria José Dinis. «Querem estar ligadas ao projecto e, ao mesmo tempo, dedicarem-se ao cultivo da terra», acrescenta, recordando que a a instituição está a desenvolver o Eco-ASTA – que contempla várias vertentes na área da agricultura biológica. A ASTA foi fundada, juridicamente, em 26 de Outubro de 1998 pela actual directora, mãe de um jovem com deficiência mental, tendo iniciado as actividades em Outubro de 2000 na sua própria casa. A sua missão passa, essencialmente, por oferecer às pessoas necessitadas de cuidados especiais uma alternativa de vida válida, contribuindo para a sua integração social, humana e económica, num contexto terapêutico de cariz comunitário e familiar, em ambiente rural.