Gabriel Magalhães, professor de letras na Universidade da Beira Interior (UBI) venceu, no final de Dezembro, o Prémio Revelação de 2004 promovido pela Associação Portuguesa de Escritores (APE). A obra, que será editada pela Difel antes do Verão através de uma comparticipação do Instituto do Livro e das Bibliotecas, intitula-se “É segredo” e retrata a experiência de uma professora que está prestes a morrer, vítima de um cancro.
Partindo deste conceito, Gabriel Magalhães procurou desenvolver, em cerca de 400 páginas, uma obra onde «a poesia assume um papel importante e se entrelaça de forma natural com o próprio enredo». Por outro lado, existe neste livro «uma dimensão secreta, uma espécie de alçapão, uma divisão secreta» que, segundo o autor, «ainda nenhuma das pessoas que o leu conseguiu descobrir, embora seja a chave da obra», refere. Até agora, Gabriel Magalhães tem-se dedicado à escrita de contos e ensaios, centrados sobretudo em «reflexões sobre a literatura». Porém, esta distinção da APE constitui uma «motivação extraordinária para desenvolver muitos mais trabalhos», garante o escritor. E acrescenta que o mundo das letras «é muito complexo» e não pode ser reproduzido apenas no ensino. «É preciso fomentar também a vertente da criação e da experiência pessoal», acredita o docente, que é igualmente director da licenciatura em Português e Espanhol da UBI. José Correia Tavares, Mário Cláudio, Silvina Rodrigues Lopes e Margarida Fonseca Santos constituíram o júri que também distinguiu, na mesma categoria de Revelação, a obra “Elogio do Passeio Público”, de Filipa Martins. Recorde-se que este galardão visa distinguir anualmente autores que ainda não tenham publicado qualquer obra.