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Associação de Socorros Mútuos da Covilhã em crise

Direcção demitiu-se devido a divergências com sócios e ao défice financeiro

A direcção da Mutualista Covilhanense – Associação de Socorros Mútuos da Covilhã demitiu-se por divergências com alguns sócios e devido ao défice financeiro da instituição. Segundo Ramiro Reis, presidente da direcção, uma das contas bancárias da colectividade foi penhorada pela Constrope, que construiu o Centro Comunitário da Associação e reclama dívidas no valor de 56 mil euros.

O centro, onde a associação está sediada e funciona também um lar de idosos, abriu há três anos e, de acordo com Ramiro Reis, os custos de construção, que orçavam os 700 mil euros, tiveram um acréscimo de cerca de dois terços, mas «muitas obras facturadas não foram realizadas». Aquele dirigente responsabiliza a anterior gestão da associação pelas dificuldades financeiras e critica a Inspecção-Geral de Segurança Social (IGSS) «por não dar resposta a uma proposta de acordo entre esta direcção e a empresa construtora». A associação dá assistência a mais de 150 idosos, em lar, apoio domiciliário e centro de dia, mas «há o risco de alguns serviços poderem ser suspensos ou prestados em condições deficientes», alerta.

Para Ramiro Reis, a «gota de água» que levou à demissão foi a oposição de cerca de centena e meia, do total de 2.800 sócios, à decisão da direcção de prescindir dos serviços de um médico. «É uma intromissão inadmissível em assuntos de gestão», sublinhou. A direcção já comunicou a demissão ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social, ao director do Centro Distrital de Segurança Social de Castelo Branco e ao delegado do Ministério Público da Covilhã. «Face à situação, pedimos ao Ministério Público um administrador judicial para gerir a Mutualista», adiantou o presidente demissionário.

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