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Associação Comercial da Guarda apertada por dívida a curto prazo

Passivo diminui em 2009, o que leva Paulo Manuel a acreditar que «os momentos mais difíceis foram ultrapassados»

A Associação Comercial da Guarda (ACG) reduziu o passivo em quase 211 mil euros no ano passado, sendo agora de um pouco mais de dois milhões. No entanto, a instituição, que vai a votos amanhã, continua a deparar-se com «uma extrema falta de liquidez», admite a direcção cessante, liderada por Paulo Manuel, que se recandidata, no relatório de contas de 2009, aprovado em Assembleia-Geral na semana passada.

Além da dívida a curto prazo continuar a ser um dos principais problemas da ACG, o documento aponta ainda para um crescimento da conta de fornecedores, na ordem dos 550 mil euros. Nesta sessão, agendada para as 18 horas da passada quarta-feira, só estiveram cinco pessoas, tendo o relatório sido aprovado por unanimidade. Paulo Manuel destacou o resultado líquido de 17.880 euros (mais 165 euros que em 2008) conseguido num «ano de grandes dificuldades» económicas a nível mundial e a diminuição «muito significativa» do passivo. Por outro lado, o presidente da associação referiu que houve «um grande volume de actividades» e «sem paralelo de comparação possível» quando analisados os exercícios desde 2003, designadamente ao nível de programas como o Modcom ou o Merca e das acções de formação. Já a diminuição do passivo aconteceu porque «em 2008 tínhamos um valor de proveitos diferidos muito elevado, que era de 899 mil euros, e que baixou», analisou.

Mas este decréscimo também se deveu, segundo o parecer do Conselho Fiscal, ao aumento da dívida aos fornecedores, que ronda os 1,3 milhões de euros, «e ainda ao aumento das dívidas de outros credores» em quase 100 mil euros. Quanto ao que estava por liquidar à Segurança Social e Finanças, está tudo regularizado. Para Paulo Manuel, o aumento da conta de fornecedores acontece por «uma razão muito simples», relacionada com candidaturas a programas: «Nós fazemos a execução dos projectos e o pedido de pagamento ao Estado e, nesse momento, já temos que apresentar tudo facturado. Para conseguirmos demonstrar que já está pago, os fornecedores acabam por nos fazer empréstimos», explicou. «Se os dinheiros demoram muito a chegar e mudamos de ano fiscal, há sempre uma parte significativa que só vai ser recebida no ano seguinte», afirmou ainda. No seu entender, «este é o ónus de quem tem e quer desenvolver actividades para os seus associados».

Paulo Manuel referiu ainda que o grande desafio continua a ser transformar a dívida de curto prazo em médio/longo prazo, o que «daria mais sustentabilidade económico-financeira» à ACG. «A banca já passou também por melhores momentos», lamentou o presidente, para quem «todas as soluções possíveis para melhorar a capacidade financeira e optimizar o trabalho [da direcção] serão equacionadas». A sede social, que ainda não está em nome da ACG, continua na lista de possíveis soluções. A entrega do edifício como aval bancário na contratação de um novo empréstimo, em tempos apontada como hipótese, «não está de momento em cima da mesa», mas também não está totalmente descartada, esclareceu o dirigente, para quem a dívida a curto prazo «é uma situação que nos traz dificuldades». «Claro que poderíamos ter feito melhor algumas coisas e promover jantares de confraternização para os empresários, por exemplo, mas temos de controlar custos e ser responsáveis», justificou ainda. Quanto a 2010, Paulo Manuel está optimista: «Estamos convencidos que vamos continuar a conseguir reduzir o passivo e, nomeadamente, as dívidas de curto prazo», disse. Numa análise global à actual situação financeira da associação, o presidente da direcção afirmou que «neste momento é sólida», considerando que «os momentos mais difíceis já foram ultrapassados».

Paulo Manuel é candidato único às eleições de amanhã

A Associação Comercial da Guarda vai a votos amanhã para eleger os corpos sociais para o triénio 2010/2013. Paulo Manuel é o único candidato à liderança, avançando desta forma para um segundo mandato consecutivo. Antes de chegar à presidência, ainda assumiu o cargo de vice-presidente. A encabeçar a lista à Assembleia-Geral volta a estar Seguro Pereira, enquanto Rui Quinaz, vereador do PSD na Câmara da Guarda, concorre ao Conselho Fiscal. «Pensei durante muito tempo se haveria de recandidatar-me ou não. Além de levarmos muitas vezes “pancada”, isto dá muito trabalho», refere o dirigente, ao falar nas «muitas horas» dedicadas à associação. «Estes anos têm sido muito difíceis», acrescenta. No entanto, Paulo Manuel diz que se recandidata porque «há uma causa». A razão mais importante de todas «é que somos empresários e, enquanto tal, sentimos na pele as dificuldades do que é sê-lo numa região do interior», sublinha.

A Assembleia-Geral registou fraca adesão por parte dos associados

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